Por que você deve ver Sergio, a cinebio do diplomata brasileiro
A produção está disponível na Netflix e traz Wagner Moura no papel principal
atualizado
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A cinebiografia Sergio estrelada por Wagner Moura busca contar a história de um dos mais importante diplomatas brasileiros dos últimos anos, o embaixador das Nações Unidas Sergio Vieira de Mello, morto em um atentado em Bagdá, no ano de 2003. Ao contrário de outras produções do gênero, o filme da Netflix aborda as contradições da personalidade pública.
Sergio é interpretado por um inspirado Wagner Moura, que mais uma vez entrega uma atuação física ao personagem, trazendo trejeitos e a magreza altiva do diplomata.
A cinebio começa no ponto decisivo da vida de Sergio Vieira de Mello. Ele é escalado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para uma missão no Iraque. O país, que havia sido recém-invadido pelos Estados Unidos – em operação condenada pelo Conselho de Segurança –, precisava de ajuda dos organismos internacionais na ocupação e reconstrução.
O fato de contar uma história já conhecida e recente ajuda Sergio, já que o filme ocupa-se de falar do personagem sem precisar se alongar na explicação do panorama político da época. Assim, o longa é muito mais uma incursão sobre a personalidade do protagonista do que uma peça sobre a geopolítica.
O diplomata, que era filósofo de formação, cresceu dentro da ONU justamente por sua habilidade em mediar conflitos. Um de seus trabalhos mais sofisticados foi no Timor Leste, conduzindo o processo de independência da nação.
Lá também é onde ele conheceu a economista argentina Carolina Larriera, com que ele viria a se casar, após divorcia-se da francesa Annie Personnaz.
A vida pessoal é onde o filme mergulha para além da figura pública de Sergio Vieira de Mello. Astuto diplomata, ele não conseguia mediar os conflitos com seus filhos. Em uma das cenas, em férias, ele mostra desconhecer que um dos jovens tinha alergia a camarão.
Sergio é uma cinebio que mostra as principais qualidades do personagem, mas não se furta a exibir seus problemas, principalmente na incapacidade de se manter próximo à família.
A produção da Netflix acerta, igualmente, no retrato da postura diplomática do protagonista perante os conflitos, sempre modulando a voz nos momentos de confronto. Sergio, assim, é um bom companheiro para que está cumprindo, como o disciplinado funcionário da ONU certamente faria, a quarentena.
Avaliação: Bom