Por que Ainda Estou Aqui merece ganhar o Oscar e outros prêmios
O filme Ainda Estou Aqui foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país no Oscar
atualizado
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Em 1999, Fernanda Montenegro concorreu ao Oscar de Melhor Atriz por papel em Central do Brasil, de Walter Salles. Apesar de ter perdido o prêmio, o momento marcou a história, já que ela foi a primeira brasileira a ser indicada na categoria. Mais de duas décadas depois, a atriz, ao lado da filha Fernanda Torres, está no elenco de Ainda Estou Aqui, longa do mesmo diretor que foi escolhido pela Academia Brasileira de Cinema para representar o país na premiação de Hollywood.
A trama conta a história real da família Rubens Paiva, que sofre com o desaparecimento dele durante a ditadura militar. O filme é baseado no livro de um dos filhos do político, o escritor Marcelo Rubens Paiva, que relata a luta da mãe, Eunice, para entender o que aconteceu com o pai. No longa de Walter Salles, ela é interpretada por Fernanda Torres, na primeira fase do filme, e por Fernanda Montenegro, na segunda etapa.
A atuação de Torres está sendo exaltada tanto no Brasil quanto no exterior, tanto que ela recebeu um prêmio do Critics Choice Awards e aplausos por 10 minutos no Festival de Veneza. E todos esses aspectos levantam a expectativa de que Ainda Estou Aqui tenha grandes chances de ser indicado e – quem sabe – receber um Oscar.
O Metrópoles assistiu ao filme Ainda Estou Aqui e lista 3 razões para o filme ganhar o Oscar.
1- Atuações
Com um elenco de peso, composto por Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, todas as interpretações da família Paiva mostram a dor e o desespero deles, mas sem um exageros dramáticos. Em momentos de grande carga emocional, os personagens seguram as lágrimas, deixando que o espectador se desabe. Também há cenas mais leves, em que a felicidade invade a cena, deixando o público mais aliviado em meio à tanta tensão.
A participação de Fernanda Montenegro, que apesar de falar apenas uma palavra em todo o filme, consegue transmitir toda a emoção da personagem.
2- Fotografia e direção
Mais uma vez, a obra de Walter Salles se destaca com uma fotografia que transporta o espectador para a época em que o filme se passa. A câmera e a pós-produção mostram aspectos marcantes do Rio de Janeiro durante a ditadura militar. Seja nas diversões na praia ou em tensões nas prisões. A imagem é acompanhada de sons que completam essa sensação de estar dentro do ambiente.
3- Vingar Fernanda Montenegro
A derrota de Fernanda Montenegro no Oscar de 1999 foi polêmica, muito por conta da vitória de Gwyneth Paltrow, pelo filme Shakespere Apaixonado, em que o produtor Harvey Weinstein fez uma controvérsia campanha para a premiação. A estratégia consistia em ligar para os membros da Academia de Cinema, como amigos, para divulgar o filme, conforme a BBC Internacional.
Desta vez, há uma grande chance de que a filha do ícone do cinema brasileiro consiga vingar a mãe com uma indicação e, quem sabe, vencer o primeiro Oscar de uma atriz brasileira. A torcida para que isso aconteça é grande, consistindo de todo o Brasil.