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Pirataria volta a crescer com cinema e streamings mais caros

Mesmo com a queda dos DVDs, lançamentos de filmes e séries voltaram a ser disponibilizados ilegalmente, agora na web

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1 de 1 ilustração pirataria no cinema - Metrópoles - Foto: Yanka Romão / Metrópoles

Mesmo com a derrocada dos DVDs, a pirataria voltou a preocupar a indústria audiovisual por conta do lançamento de filmes e séries de forma ilegal na internet. Produções que estreiam nos cinemas e no streaming rapidamente são transmitidas gratuitamente para os internautas em plataformas e sites como o próprio X, antigo Twitter.

Recentemente, um relatório anual da MUSO, empresa norte-americana focada em rastreamento e proteção de conteúdo, mostrou que mais de 30 bilhões de acessos a sites com filmes piratas foram realizados em 2023. O número representa um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior. Somente no Brasil, a Polícia Federal derrubou mais de 600 sites com conteúdo ilegal no fim do ano passado.

Marcos Barros, presidente da Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex), afirmou que a prática precisa ser coibida com mais vigor.

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“É urgente a ampliação do combate à pirataria, a indústria audiovisual, como um todo, sofre demais com isso. O parque exibidor, especificamente, é bastante afetado. O único momento em que os cinemas rentabilizam é quando o filme está em cartaz e ter, simultaneamente, esses conteúdos à disposição de forma ilegal na internet, prejudica a adesão do público e traz grandes prejuízos”, comentou.

Um estudo realizado pelo Instituto IPSOS, que representa os maiores produtores e distribuidores de conteúdos audiovisuais do mundo, estima que as receitas da indústria poderiam ser 17% maiores se não houvesse pirataria. A pesquisa afirma que as perdas com pirataria representam quase R$ 4 bilhões por ano.

Pirataria atrelada ao aumento de preços

Após a longa paralisação por conta da pandemia de Covid e a greve dos estúdios em Hollywood, o valor para ir aos cinemas e para assistir produções no streaming subiu consideravelmente. Segundo um levantamento feito pelo Proteste, entidade de defesa do consumidor, os reajustes das empresas de streaming foi, em média, 14% acima da inflação nos últimos três anos.

Por conta disso, a pirataria está cada vez mais presente nos sites, nas redes sociais e nos aplicativos de conversa. Usuários se dedicam a realizar gravações ilegais nos cinemas e em casa para disponibilizar os lançamentos aos internautas. Até mesmo lives, em tempo real, estão sendo produzidas, como explica Barros.

“Sabemos que as redes sociais têm derrubado os links que recebem denúncias, mas o estrago, muitas vezes, já foi feito. No dia da estreia de Divertida Mente 2 um usuário fez uma live em uma plataforma, transmitindo o filme ao vivo para milhares de seguidores. A velocidade do combate é inferior à da propagação desses materiais e é isso que precisa mudar”, criticou.

Exemplo citado por Barros, Divertida Mente 2 tornou-se a maior abertura de uma animação no Brasil, levando 4,5 milhões de espectadores aos cinemas, com uma bilheteria total de R$ 96,3 milhões. Entretanto, de acordo com estimativas da Abraplex, o padrão pre-pandemia será recuperado apenas em 2026, quando 180 milhões de espectadores devem ir aos cinemas no país.

“Temos um problema de quantidade de filmes, não de público. Estamos com cerca de 35% a menos de filmes, o que dá quase 200 filmes a menos por ano. Isso é consequência desse vácuo na produção. Quando essa situação normalizar, o que deve demorar ainda uns dois anos, a tendência é que o cinema volte mais forte do que era antes”, diz Barros.

O que diz a lei?

A Lei de Direitos Autorais (LDA – Lei nº 9.610/98) visa garantir que apenas o autor da obra tenha direito de utilizá-la e autorizar qualquer tipo de compartilhamento. No caso de divulgação e download de filmes piratas, tanto quem disponibiliza o link, quanto quem baixa o material, podem sofrer consequências legais.

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