O Oscar 2020 ousou e premiou Parasita com a estatueta de melhor filme, neste domingo (09/02/2020), desbancando o até então favorito drama de guerra 1917, de Sam Mendes. Foi a primeira vez que um título de língua não inglesa ganhou o troféu principal. O longa da Coreia do Sul, assinado por Bong Joon-ho (O Hospedeiro, Okja), ainda se consagrou nas categorias de melhor produção internacional, roteiro original e direção.
1917, ambientado na Primeira Guerra Mundial, levou três estatuetas: melhor fotografia, efeitos visuais e mixagem de som. Coringa (ator e trilha sonora), Era uma Vez em Hollywood (ator coadjuvante e direção de arte) e Ford vs Ferrari (montagem e edição de som) acumularam, cada um, duas estatuetas.
Democracia em Vertigem, de Petra Costa, representou o Brasil na disputa de melhor documentário, mas perdeu para Indústria Americana, produção da Higher Ground, selo comandado pelo casal Michelle e Barack Obama.
Veja discursos dos artistas premiados:
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A equipe da elogiadíssima produção sul-coreana Parasita no palco do Oscar 2020. Filme quebrou paradigma histórico ao se tornar o primeiro longa a vencer a estatueta na categoria principal
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Ausente há quinze anos das premiações, Renée Zellweger voltou com tudo, ganhando o Oscar por Judy: Muito Além do Arco-Íris. "Nesse ano que passou, celebramos a Judy (Garland) em todos os gêneros, gerações e culturas. Foi lembrete interessante de que nossos heróis nos unem e nos inspiram a achar o melhor em nós"
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Como esperado, Joaquin Phoenix levou o Oscar de melhor ator por Coringa e entregou belo discurso. Quando subiu ao palco, pediu que o público parasse os aplausos. "Não me sinto acima de nenhum dos indicados ou de nenhuma pessoa do auditório. Acho que o maior presente que recebi disso foi utilizar a nossa voz para quem não tem voz". Nos agradecimentos, tocou em questões como desigualdade, inclusão de minorias e meio ambiente. "Tenho pensado muito sobre questões perturbadoras que enfrentamos coletivamente. Acho que a gente se desligou do mundo natural"
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Bong Joon-ho foi a grande figura do Oscar 2020. Ao subir ao palco para receber a estatueta de melhor direção, por Parasita, fez questão de homenagear ídolos e concorrentes: Martin Scorsese e Quentin Tarantino. "Quando era jovem e estudava cinema, tinha um ditado que dizia: 'Se for bem fundo no coração, serei mais criativo'. Essa frase é de Martin Scorsese"
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No primeiro Oscar em que o prêmio de melhor filme estrangeiro teve nome mudado para melhor filme internacional, deu Bong Joon-ho, diretor de Parasita. Ele gostou da modificação e pediu que a plateia aplaudisse elenco e equipe do longa sul-coreano. "Orgulhoso de ganhar o Oscar com esse novo nome do prêmio", comemorou
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O primeiro prêmio da noite saiu para Brad Pitt, eleito melhor ator coadjuvante por Era uma Vez em Hollywood. No discurso de agradecimento, dedicou a vitória aos filhos e pediu mais reconhecimento aos dublês. Não por acaso, no filme de Tarantino, ele interpreta o dublê Cliff Booth. "Chegou a hora de a gente apreciar nossos coordenadores de acrobacias e cenas de ação", disse.
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Bong Joon-ho e Jin Won Han, autores de Parasita, venceram o Oscar de melhor roteiro original: primeira estatueta da história da Coreia do Sul. No discurso, dedicaram o prêmio aos contadores de histórias
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Laura Dern confirmou o favoritismo e faturou o Oscar de melhor atriz coadjuvante por História de um Casamento. "Noah (Baumbach, diretor e roteirista) escreveu um filme sobre amor e as divisões em torno dele. Sobre criar um elo nessas divisões em nome da família", disse a atriz
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Jeff Reichert, Julia Reichert e Steven Bognar, cineastas responsáveis por Indústria Americana: documentário superou o brasileiro Democracia em Vertigem
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Janelle Monáe comandou o show de abertura do Oscar 2020: referência a vários filmes e artistas indicados
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Karen Rupert Toliver e Matthew A. Cherry venceram o Oscar de melhor curta de animação por Hair Love. No discurso, homenagem a Kobe Bryant, astro da NBA morto em acidente de helicóptero
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Jonas Rivera, Josh Cooley e Mark Nielsen: equipe vencedora pela animação Toy Story 4
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Taika Waititi vai dirigir o novo filme da franquia Star Wars
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Vencedora do Emmy por Chernobyl e do Globo de Ouro por Coringa, a islandesa Hildur Guðnadóttir voltou a ser consagrada pelo trabalho no filme do vilão de Batman. "Compositor de filme é tão criativo quanto diretor. Todd Phillips, você foi tão generoso ao me convidar para essa jornada e ter me ouvido o tempo todo", discursou
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Elton John, David Furnish, produtor e marido do astro pop, e Bernie Taupin: Rocketman, cinebiografia de Elton, saiu da cerimônia com o prêmio de melhor canção, por (I'm Gonna) Love Me Again
A cerimônia começou com uma estrondosa apresentação musical liderada por Janelle Monáe. O número contou com referências a várias produções indicadas, a começar por Um Lindo Dia na Vizinhança, estrelado por Tom Hanks.
No monólogo inicial, os atores e comediantes Steve Martin e Chris Rock brincaram sobre o Oscar não ter mais um apresentador fixo. “Rebaixamento”, brincaram.
Rock e Martin também cutucaram a falta de representatividade no prêmio: “Em 1929, não teve nenhum negro indicado. Em 2020, temos um”, disse Rock.
Por volta da metade da cerimônia, eis a surpresa. Após um vídeo em homenagem às canções que marcaram a história do Oscar, o rapper Eminem surgiu no palco para interpretar Lose Yourself. Ele venceu a estatueta da categoria pelo filme 8 Mile: Rua das Ilusões (2002).
Veja a lista dos vencedores do Oscar 2020:
Melhor filme
Parasita (Sin-ae Kwak e Bong Joon-ho)
Melhor atriz
Renée Zellweger (Judy: Muito Além do Arco-Íris)
Melhor ator
Joaquin Phoenix (Coringa)
Melhor direção
Bong Joon-ho (Parasita)
Melhor atriz coadjuvante
Laura Dern (História de um Casamento)
Melhor ator coadjuvante
Brad Pitt (Era uma Vez em Hollywood)
Melhor roteiro original
Parasita (Bong Joon-ho e Jin Won Han)
Melhor roteiro adaptado
Jojo Rabbit (Taika Waititi)
Melhor filme internacional
Parasita (Coreia do Sul), de Bong Joon-ho
Melhor montagem
Ford vs Ferrari (Andrew Buckland e Michael McCusker)
Melhor fotografia
1917 (Roger Deakins)
Melhor trilha sonora
Coringa (Hildur Guðnadóttir)
Melhor canção original
(I’m Gonna) Love Me Again, de Rocketman (letra de Elton John e letra de Bernie Taupin)
Melhores efeitos visuais
1917 (Guillaume Rocheron, Greg Butler e Dominic Tuohy)
Melhor direção de arte
Era uma Vez em Hollywood (Barbara Ling e Nancy Haigh)
Melhor figurino
Adoráveis Mulheres (Jacqueline Durran)
Melhor maquiagem e cabelo
O Escândalo (Kazu Hiro, Anne Morgan e Vivian Baker)
Melhor edição de som
Ford vs Ferrari (Donald Sylvester)
Melhor mixagem de som
1917 (Mark Taylor e Stuart Wilson)
Melhor documentário
Indústria Americana (Steven Bognar, Julia Reichert e Jeff Reichert)
Melhor animação
Toy Story 4 (Josh Cooley, Mark Nielsen e Jonas Rivera)
Melhor curta de animação
Hair Love (Matthew A. Cherry e Karen Rupert Toliver)
Melhor curta-metragem
The Neighbors’ Window (Marshall Curry)
Melhor curta de documentário
Learning to Skateboard in a Warzone (If You’re a Girl) – (Carol Dysinger e Elena Andreicheva)