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Oscar 2020: força da Netflix pode premiar Democracia em Vertigem

A disputa do documentário de Petra Costa será com o favorito For Sama, Indústria Americana, também da Netflix, e outros dois filmes

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1 de 1 democracia-em-vertigem3 - Foto: Netflix/Divulgação

A indicação do documentário Democracia em Vertigem, da diretora mineira Petra Costa, ao Oscar 2020 prova não só o incrível momento do cinema brasileiro. Se produções nacionais marcaram presença e faturaram prêmios nos principais festivais do mundo em 2019, como Cannes, Berlim, Sundance e Locarno, plataformas de streaming também têm remexido as bases da indústria de entretenimento.

No caso da Netflix, a presença cada vez mais forte no prêmio da Academia se iniciou justamente por títulos de não ficção, em 2014, com a nomeação de The Square. Dona de 24 indicações, a produtora de Democracia em Vertigem supera todos os estúdios de Hollywood no Oscar 2020. Tanto que um dos concorrentes de Vertigem é outro lançamento do canal de streaming: Indústria Americana, longa bancado pelo selo de Barack e Michelle Obama, Higher Ground Productions.

Os filmes “adversários” de Vertigem
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<b>Honeyland</b>. Também representando a Macedônia do Norte na categoria de melhor filme internacional/estrangeiro, o doc narra a luta de Hatidze Muratova, última caçadora de abelhas da Europa. Seguindo à risca a regra de sempre deixar metade do mel para as abelhas, ela tenta evitar que o ecossistema seja prejudicado pela postura predatória de novos apicultores na região
<b>Indústria Americana</b>. No auge da crise econômica de 2008, uma montadora de carros da General Motors fecha as portas em Ohio. Anos depois, em 2014, uma gigante empresa chinesa de vidro automotivo, Fuyao, compra o espaço para abrir uma nova fábrica, gerando milhares de empregos. Mas os choques culturais e sociais entre chineses e norte-americanos tornam tudo mais difícil – para ambos os lados. Primeiro trabalho da produtora Higher Ground, do casal Barack e Michelle Obama
<b>The Cave</b>. Indicado ao Oscar há dois anos por Últimos Homens em Aleppo, o sírio Feras Fayyad volta ao seu país para mostrar a batalha diária de médicas e enfermeiras na cidade de Ghouta. Além dos parcos recursos técnicos e humanos, elas ainda precisam lidar com constantes situações de machismo e sexismo
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For Sama. Considerado favorito ao Oscar após Apollo 11, ganhador do Critics' Choice, ser esnobado nas indicações. Dono do currículo mais parrudo entre os cinco nomeados – 45 vitórias em prêmios e festivais, incluindo o Olho de Ouro em Cannes –, o filme acompanha o olhar de Waad Al-Kateab da guerra na Síria. Ela ficou cinco anos presa em Alepo, teve uma filha, Sama, e vive permanente dilema entre família e defesa da liberdade

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Honeyland. Também representando a Macedônia do Norte na categoria de melhor filme internacional/estrangeiro, o doc narra a luta de Hatidze Muratova, última caçadora de abelhas da Europa. Seguindo à risca a regra de sempre deixar metade do mel para as abelhas, ela tenta evitar que o ecossistema seja prejudicado pela postura predatória de novos apicultores na região

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Indústria Americana. No auge da crise econômica de 2008, uma montadora de carros da General Motors fecha as portas em Ohio. Anos depois, em 2014, uma gigante empresa chinesa de vidro automotivo, Fuyao, compra o espaço para abrir uma nova fábrica, gerando milhares de empregos. Mas os choques culturais e sociais entre chineses e norte-americanos tornam tudo mais difícil – para ambos os lados. Primeiro trabalho da produtora Higher Ground, do casal Barack e Michelle Obama

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The Cave. Indicado ao Oscar há dois anos por Últimos Homens em Aleppo, o sírio Feras Fayyad volta ao seu país para mostrar a batalha diária de médicas e enfermeiras na cidade de Ghouta. Além dos parcos recursos técnicos e humanos, elas ainda precisam lidar com constantes situações de machismo e sexismo

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A Disney, mesmo ajudada por títulos da Fox (Jojo Rabbit, Ford vs Ferrari), ficou atrás da Netflix, com 23 indicações. A Sony vem em seguida, somando 20. Um ano após emplacar sua primeira nomeação a melhor filme, com Roma (2018), o streaming colocou dois longas entre os nove postulantes à principal estatueta: O Irlandês e História de um Casamento.

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Esplanada dividida: Petra Costa tenta entender o acidentado percurso da política nacional nos últimos anos a partir da polarização popular
"Não é só por 20 centavos", "O gigante acordou", "Fora, Dilma", "Fora, Temer", "Intervenção militar já": documentário também reflete sobre os diversos movimentos populares que tomaram as ruas desde 2013
Pôster de Democracia em Vertigem: disponível na Netflix
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Antes da indicação ao Oscar 2020, o filme de Petra Costa participou de vários eventos importantes. Passou em Sundance e foi indicado a premiações-chave de documentários, como Gotham Awards, CPH:DOX, Critics' Choice e International Documentary Association. Ainda terminou o ano de 2019 como um dos filmes favoritos do crítico A.O. Scott, do jornal The New York Times

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Esplanada dividida: Petra Costa tenta entender o acidentado percurso da política nacional nos últimos anos a partir da polarização popular

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"Não é só por 20 centavos", "O gigante acordou", "Fora, Dilma", "Fora, Temer", "Intervenção militar já": documentário também reflete sobre os diversos movimentos populares que tomaram as ruas desde 2013

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Pôster de Democracia em Vertigem: disponível na Netflix

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Mesmo assim, talvez não seja dessa vez que a Netflix vença o troféu de melhor filme. Nas últimas semanas, O Irlandês, do veterano Martin Scorsese, vem perdendo espaço para Era uma Vez em Hollywood e 1917, ambos vencedores do Globo de Ouro de melhor musical ou comédia e drama. A pouco menos de um mês da abertura dos envelopes, em 9 de fevereiro, até a sensação sul-coreana Parasita parece ter mais chances de vitória nas categorias “de elite”, como direção, roteiro e montagem.

Netflix: soberania em documentários

O Irlandês e História de um Casamento têm mais chances de Oscar em categorias de atuação: Joe Pesci (coadjuvante) e Scarlett Johansson (principal). Apesar disso, será difícil um dos dois repetir o feito de Roma, vencedor em direção, montagem e fotografia – trinca do mexicano Alfonso Cuarón.

Enquanto a Academia ainda mostra alguma resistência à Netflix e sobretudo ao modelo de distribuição por streaming, sem tanta atenção à ampla distribuição em cinemas, o selo nada de braçada nas categorias de documentário.

Levando em consideração o Oscar 2020, a Netflix soma, ao todo, 53 indicações à estatueta. A primeira delas foi pelo documentário The Square, sobre os vultos da Primavera Árabe no Egito, em 2011. Quinze nomeações foram a melhor documentário (9) e curta de documentário (6). Dessas, três se converteram em prêmios: Os Capacetes Brancos (2017), Ícaro (2018) e Absorvendo o Tabu (2019).

Detalhe: a Netflix tem seis Oscars no total. Os outros três, como citamos acima, são de Cuarón/Roma.

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