Oscar 2019: Spike Lee dá as costas ao palco após vitória de Green Book
O diretor de Infiltrado na Klan, longa indicado na categoria de Melhor Filme, se manifestou contrário ao escolhido para o prêmio principal
atualizado
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As premiações do Oscar 2019, na noite desse domingo (24/2), causaram controvérsias acerca do resultado, principalmente na categoria de Melhor Filme. O longa-metragem Green Book: O Guia, dirigido por Peter Farrelly, foi o vencedor desta edição e surpreendeu parte do público que acompanhava o evento.
Spike Lee, diretor de Infiltrado na Klan, também indicado na categoria, se mostrou indignado com o resultado. Segundo o site Deadline, ao ouvir o nome do filme ser anunciado por Julia Roberts, o cineasta levantou da cadeira e se dirigiu aos fundos do Kodak Theatre.
Em seguida, o diretor voltou para o seu lugar e deu as costas ao palco, enquanto os produtores de Green Book agradeciam a vitória. Em entrevista após a premiação, ele falou sobre a decisão da Academia. “Eu senti que estava sentado bem perto do campo em um jogo e vi o árbitro fazendo uma marcação errada”, alegou. “Ganhando ou não o Oscar, o fato é que estamos do lado certo da história”, encerrou Spike Lee.
Lee ainda comparou a vitória de Green Book com o triunfo de Conduzindo Miss Daisy, no Oscar de 1990. No mesmo ano, ele tinha lançado o clássico Faça a Coisa Certa. “Toda vez que alguém está dirigindo um carro, eu perco”, brincou na entrevista pós-cerimônia. “Desta vez, eles mudaram uma coisa, no entanto. Em 1990, não fui indicado. Neste ano eu fui.”
Vários ativistas negros têm feito objeções a Green Book, principalmente após a família de Don Shirley, pianista interpretado por Mahershala Ali, contestar a veracidade de alguns eventos do roteiro. A maioria das críticas ao vencedor dizem respeito a forma “superficial” como o filme trata o racismo nos Estados Unidos.