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Oscar 2017: Documentários retratam dores de guerras incitadas pelo EI

Enquanto “Os Capacetes Brancos” mostram a destruição da Síria, “Fogo no Mar” foca na crise migratória impulsionada pelo grupo terrorista

atualizado

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O grupo terrorista Estado Islâmico se tornou um dos principais assuntos da atualidade ao promover atentados em capitais europeias e provocar guerras em países do Oriente Médio e do norte da África. As ações dos extremistas também está em debate nos documentários que disputam o Oscar de 2017.

Enquanto o curta “Os Capacetes Brancos” foca no grupo de voluntários que resgatam sobreviventes de bombardeios aéreos em cidades da Síria, o longa “Fogo no Mar” mostra o contraste entre o pacífico dia a dia dos moradores de Lampedusa e a chegada de sobreviventes de países em conflito à ilha italiana pelo mar.

O curta produzido pela Netflix consegue captar de forma íntima o cotidiano de alguns dos 2,7 mil voluntários do grupo socorrista Capacete Brancos, responsável por salvar mais de 60 mil feridos em três anos de existência. O filme mescla o depoimentos de três desses agentes com imagens das ações realizadas por eles.

O principal cenário de “Os Capacetes Brancos” é Aleppo, outrora a segunda maior cidade da Síria – hoje um grande apunhado de prédios destruídos. Munidos de poucas ferramentas, os homens escavam os destroços e apuram os ouvidos para escutar os gritos de pessoas soterradas.

O ponto alto do curta fica por conta de um sobrevivente “milagroso”: um bebê de apenas 3 meses que havia sido soterrado pelo teto da casa. Porém, o momento de felicidade não permite apagar a dura realidade marcada pela perda e pelo cansaço de viver uma guerra que teima em não acabar.

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“Fogo no Mar” mostra a chegada de refugiados à pacata ilha italiana Lampedusa

No outro lado
Se a vida daqueles que ficam nesses lugares não é nada fácil, sair dessa situação também pode ser um desafio. É essa a mensagem que o longa “Fogo no mar” passa. Dirigido por Gianfranco Rosi, também responsável pelo vencedor do Leão de Ouro de Veneza “Sacro GRA” (2013), a obra retrata com bastante sutileza a chegada dos barcos repletos de refugiados à ilha de Lampedusa, na Itália.

Incrustada bem no meio do Mar Mediterrâneo, a ilha italiana se tornou uma das principais portas de entrada para a Europa por pessoas que querem escapar do Estado Islâmico – presente na Síria, na Somália e na Líbia. Filmada de forma a parecer uma ficção, a obra parece anunciar a chegada de uma tragédia ao pequeno e humilde território europeu.

As pessoas que lá vivem parecem não estar preparados com o que vem à frente. Ao longo do filme, acompanhamos um menino tentando recuperar a visão do olho direito, uma senhora que pede para que a rádio toque a música “Fuocoammare”, uma espécie de hino para os pescadores locais e que dá nome ao longa, e um médico que praticamente atua em todas as áreas da medicina.

É ele que, à noite, recebe os refugiados semi-mortos por conta das desventuras em alto mar. O mesmo médico faz uma declaração cada vez mais incomum na política internacional: “Temos que ajudá-los. Todo o resto não importa quando a vida de alguém está em risco”.

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