Oscar 2017: conheça Damien Chazelle, o jovem diretor de “La La Land”
Revelado ao grande público com “Whiplash”, Damien Chazelle pode faturar o primeiro Oscar por “La La Land”, com apenas 32 anos
atualizado
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Até outro dia, Damien Chazelle, diretor do favorito ao Oscar “La La Land – Cantando Estações”, era um músico frustrado que tentava engatar uma carreira como baterista de jazz. Aos 32 anos, ele pode se tornar o mais jovem cineasta a faturar a estatueta na categoria. De quebra, o musical ainda vislumbra superar o recorde de prêmios.
Chazelle, com o vigor de um solo de bateria, passou de adolescente tímido e nervoso para um dos artistas mais respeitados na Hollywood atual. Tanto que seu próximo projeto é simplesmente “First Man”, cinebiografia do astronauta Neil Armstrong, em nova parceria com Ryan Gosling. Um típico produto que também deve chegar ao Oscar.
Ele mesmo já admitiu que não tinha talento para ir longe. Ainda assim, levou para “Whiplash” (2014) um pouco de suas experiências de sofrimento e humilhação nas mãos de um professor exigente. Essa figura do mestre implacável serviu de inspiração para o personagem explosivo interpretado por J.K. Simmons, vencedor do Oscar pelo papel.
Carreira meteórica
Antes de “Whiplash”, Chazelle largou os estudos de música para estudar cinema em Harvard. Assim que se formou, manteve a obsessão pelo jazz na carreira de cineasta. Estreou com o musical em preto e branco “Guy and Madeline on a Park Bench” (2009), pensado inicialmente para ser uma tese de conclusão de curso. Em 2013, mostrou o curta que atrairia investimento para que ele pudesse concretizar o autobiográfico “Whiplash”.
Entre uma coisa e outra, o jovem diretor atuou na indústria como roteirista de outros longas. Acredite, esse mesmo menino prodígio que o Oscar tanto quer consagrar assinou o roteiro do terror “O Último Exorcismo – Parte 2” (2013). No mesmo ano, escreveu a história de “Truque de Mestre” (2013), suspense em que um pianista (Elijah Wood) é ameaçado de morte durante um concerto. Se errar uma notinha sequer, é tiro e queda.
Na época de “Whiplash”, J.J. Abrams convidou Chazelle para participar de um futuro projeto envolvendo o universo “Cloverfield – Monstro” (2008). Ele terminou como um dos roteiristas de “Rua Cloverfield, 10”, lançado em 2016 pouco antes de “La La Land” começar a ser considerado como sério concorrente ao Oscar.
Talento ou arrogância?
E, então, chegamos ao casalzinho de artistas iniciantes (Emma Stone e Ryan Gosling) em “La La Land”. Apesar da aclamação de boa parte da crítica, há quem veja na curta (mas já popular) obra de Chazelle um apreço por personagens arrogantes e um tanto esnobes.
O baterista de “Whiplash”, vivido por Miles Teller, é tão hostil quanto seu professor. Em “La La Land”, os amantes se refugiam na nostalgia e torcem o nariz para tudo o que é atual (a música pop, o cinema comercial). Chazelle se encaixa direitinho no perfil do millennial nerd e ansioso por se comunicar.
Tanto que juntou referências cinéfilas como “Os Guarda-Chuvas do Amor” (1964) e “Cantando na Chuva” (1952) para homenagear o cinema que nunca viveu, mas que adora classificar como verdadeiro e único. Em 26 de fevereiro, o músico frustrado pode dar lugar ao cineasta consagrado.