“Os 33” dramatiza a saga dos mineiros chilenos
Uma das novidades desta quinta (29/10), o filme narra a história dos trabalhadores que sobreviveram ao desmoronamento de uma mina de cobre e ouro, em 2010
atualizado
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Dramatização do desastre da mina San José em Copiapó, ocorrido em 2010, o filme “Os 33” chega em momento ideal aos cinemas. Só dá Chile em 2015.
A economia do país, já há alguns anos, é uma das mais estáveis do continente. E a seleção de futebol finalmente conquistou um título em sua história: a Copa América, jogando em casa – isso sem falar no recente triunfo sobre o Brasil pelas Eliminatórias, com jogo vistoso e veloz. O nacionalismo parece escorrer pela tela a cada fala emotiva, desesperada e esperançosa urrada pelos mineiros.É tanto orgulho que o longa tenta até exibir um certo verniz hollywoodiano. Falado em inglês, reúne atores famosos e trilha sonora de James Horner, autor de timbres afeitos a produções épicas (“Avatar”, “Titanic”, “Apollo 13”). Diretora do filme, a mexicana Patricia Riggen não perde tempo. Após um curto e solar preâmbulo, ela trata de instalar os 33 personagens num cenário desolador: sob 700 mil toneladas de rocha, durante 69 dias de agonia e espera.
Informativo e emotivo, mas de pouca imaginação
Riggen explora as personalidades dos mineiros por meio do carismático Mario Sepúlveda (Antonio Banderas), o mais popular dos sobreviventes. E fica nisso. A necessidade de se ater aos fatos – e de detalhar cada etapa da longa operação de resgate – acaba deixando o filme um tanto enciclopédico, com números a invadir diálogos o tempo inteiro.
Lá fora, a direção se guia pelo personagem de Laurence Golborne (Rodrigo Santoro), ministro de Minas do Chile, e pelo drama de María Segovia (Juliette Binoche), irmã de um dos trabalhadores soterrados. Se as atuações parecem ligadas no modo automático, a falta de cor local incrementa a identidade pouco significativa do filme.
Piadas sobre bolivianos à parte, a narrativa sofre de um hiper-realismo careta, escorado em pesquisa e em encenação frágil. “Os 33” pode contar ao menos com uma coisa: a torcida do público pela vitória dos chilenos – mesmo já sabendo do final feliz.
Avaliação: Regular
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