“Orgulho e Preconceito e Zumbis” adapta paródia de Jane Austen
Filme de ação produzido por Natalie Portman mistura mortos-vivos com as tradições da Inglaterra vitoriana
atualizado
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Aquela modinha de mashups literários que rondava o cinema entre 2012 e 2013 dá mais um – e, espera-se, último – suspiro em “Orgulho e Preconceito e Zumbis”. Baseado em paródia escrita por Seth Grahame-Smith, autor do livro que deu origem a “Abraham Lincoln – Caçador de Vampiros” (2012), o filme mistura a saga feminina da obra clássica de Jane Austen com hordas de mortos-vivos. O resultado é algo bem menos divertido do que parece.
Diretor dos pouco marcantes “17 Outra Vez” (2009) e “A Morte e Vida de Charlie” (2010), Burr Steers mal consegue adaptar direito o que existe de despretensioso e irônico no pastiche de Grahame-Smith. Esqueça o gore e a angústia familiar envolvendo uma parente prestes a voltar à vida no corpo de um zumbi.
O cineasta meramente soma uma coisa com a outra: a ambientação vitoriana na Inglaterra do século 19 e a ameaça de um apocalipse provocado por zumbis. Revelada em “Cinderela” (2015), Lily James vive Elizabeth Bennet, uma jovem rodeada por quatro irmãs igualmente talentosas nas artes de dilacerar zumbis. Seu interesse romântico é o Sr. Darcy (Sam Riley), outro especialista do ramo.
Ação genérica e paródia pouco divertida
Cenas em torno de heranças familiares e casamentos arranjados são entremeadas por rápidas aparições de mortos-vivos. Detalhe: os descerebrados até falam e sabem planejar os ataques. O filme ainda tenta aplicar um golpe no público ao elencar dois rostos conhecidos do clã Lannister, a família má de “Game of Thrones”: o patriarca das Bennet (Charles Dance) e Lady Catherine de Bourgh (Lena Headey), ambos com pouquíssimo tempo de tela.
“Orgulho e Preconceito e Zumbis” comete o ingênuo erro de se levar a sério demais. Transita por cenas de ação genéricas, tão esquecíveis quanto as de “João e Maria – Caçadores de Bruxas” (2013), e é incapaz de assumir um tom coerente com o espírito de paródia. Um filme com esse título tinha a obrigação de pelo menos rir um pouco de si mesmo.
Avaliação: Ruim
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