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Onde estão as protagonistas mulheres em filmes de ação?

O ano é 2017 e o gênero segue vinculado à músculos e altas doses de testosterona, promovendo o apagamento das protagonistas femininas

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Cena do filme Resident Evil
1 de 1 Cena do filme Resident Evil - Foto: PA Feature FILM/divulgação

Recentemente, o cinquentão Tom Cruise foi assunto de um dos artigos da revista “Hollywood Reporter”. Nos últimos 10 anos, Cruise estrelou 13 títulos, 10 são películas de ação. O ator, de 54 anos, está em “A Múmia” e “Feito na América”. Se tudo der certo, estrelará a sexta sequência de “Missão Impossível” e a segunda de “Top Gun”. Numa surda provocação, o artigo sugeria que o eterno galã abrisse espaço para novos rostos no mundo da ação.

O artigo sobre Cruise suscitou outra discussão: a gritante diferença de idade entre os atores e suas parceiras na tela de cinema. É como se os cinquentões e sessentões tivessem licença eterna para pagar de heróis em infinitas sequências de ação enquanto as mulheres que atuam no mesmo gênero são aposentadas ainda muito jovens.

Há uma infinidade de filmes estrelados por machões de rostos marcados pelas rugas sendo acompanhados (isso mesmo, as mulheres são coadjuvantes nessas histórias) de atrizes que mais parecem lolitas imberbes. A diferença de idade entre os nove intérpretes do agente 007 James Bond e as Bond Girls são surpreendentes. No título lançado em 1981, “007 — Somente para os Olhos”, Roger Moore contracenava com a atriz 30 anos mais nova, Caroule Bouquet, no papel de Melina Havelock.

O abismo que separa protagonistas e coadjuvantes persiste com o tempo, o intérprete da vez do agente secreto mais famoso do mundo é Daniel Craig, ator 17 anos mais velho que a francesa Léa Seydoux, sua companheira em “007 contra Spectre”, último título da franquia.

Atrizes de Hollywood denunciam o sexismo da indústria há anos. Entre as reivindicações das estrelas da sétima arte, está a falta de bons papéis para mulheres mais maduras. O problema é endêmico, principalmente, quando se analisa os filmes de ação e aventura.  

Onde estão as protagonistas mulheres em filmes de ação?

Poucas mulheres têm conseguido manter longas carreiras no gênero, quase sempre vinculado ao excesso de músculos e testosterona. Nenhuma delas, no entanto, pôde construir uma trajetória de nicho tal como fizeram os atores Steven Seagal ou Chuck Norris.

Uma exceção no momento tem sido Charlize Theron, 42 anos. Ela e o elenco predominantemente feminino de “Mad Max: Estrada da Fúria” experimentaram o desconforto de homens em perguntas e comentários ingratos à época do lançamento do filme em 2015.

A maledicência masculina não esmoreceu a vontade da atriz sul-africana em viver heroínas de ação. Theron executou várias sequências de luta coreografada e explodiu pessoas vivendo a fantasia de uma agente do MI6 durante a Guerra Fria em “Atômica”, fita dirigida por David Leith que possivelmente ganhará sequência nas telas.

Em entrevista para a revista “GQ”, Charlize foi rápida e certeira. “Vivemos numa sociedade onde mulheres murcham e homens envelhecem como vinho fino. Por muito tempo, as mulheres aceitaram essa condição como verdade”, reflete. “Estávamos esperando a sociedade mudar, mas agora estamos tomando a liderança de nossas vidas”, conclui.

 

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E mais Charlize Theron: durona em "Mad Max: Estrada da Fúria", de 2015
Michelle Rodriguez em cena de "Velozes e Furiosos"
Jordana Brewster em "Velozes e Furiosos"
Milla Jovovich estourando os miolos de zumbis em "Resident Evil"
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Tiro, porrada e bomba: Charlize Theron em "Atômica" (2017)

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E mais Charlize Theron: durona em "Mad Max: Estrada da Fúria", de 2015

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Michelle Rodriguez em cena de "Velozes e Furiosos"

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Jordana Brewster em "Velozes e Furiosos"

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Milla Jovovich estourando os miolos de zumbis em "Resident Evil"

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Uma angústia parecida vive a texana de origem latina Michelle Rodriguez, prestes a completar 40 anos de vida. Ela foi obrigada a explicar uma declaração de insatisfação que havia feito sobre a série “Velozes e Furiosos”. A atriz quase declinou da interpretação de Letty Ortiz na franquia, papel que ela encarna há 16 anos desde o primeiro filme sobre carrões e velocidade lançado em 2001.  

Ao TMZ, Michelle elaborou mais sobre o assunto. “Meu recado é sobre empoderamento feminino. Me sinto meio estagnada neste momento. Espero que eles demonstrem algum amor pelas mulheres na franquia. Eu gostaria de ver mais interação entre as personagens femininas”, desejou.

Arte/Metrópoles

 

 

Colega de Michelle, a norte-americana Jordana Brewster é outra das poucas mulheres a aparecer nos créditos das películas de explosão e correria. Além desta franquia, Jordana atua na versão televisiva de “Máquina Mortífera”, encerrada no ano passado.

Outras veteranas se despediram dos filmes de ação (pelo menos até segunda ordem). Angelina Jolie, 42 primaveras, foi dispensada (ou não quis) ressuscitar o papel de Laura Croft em “Tomb Raider”. A ucraniana Milla Jovovich encerrou o ciclo “Resident Evil”, depois de seis filmes combatendo zumbis e os homens maus da Umbrella Inc.

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