“O Jovem Messias” narra a infância e inocência do Menino Jesus
Baseado em livro de ficção, drama ilustra a inocência do Salvador durante viagem do Egito rumo à cidade de Nazaré
atualizado
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![Conspiração e Poder filme](https://uploads.metroimg.com/wp-content/uploads/2016/03/23180610/21305158578_b7b91fef65_o1.jpg)
O chamado cinema bíblico nunca foi só um fenômeno de nicho, voltado para os fiéis. Basta lembrar de fenômenos de bilheteria como “A Paixão de Cristo” (2004), de Mel Gibson, ou clássicos como “Os Dez Mandamentos” – não o da Record, mas aquele do Cecil B. DeMille. De olho na contrição cristã em torno do feriado de Páscoa, “O Jovem Messias” tenta conquistar o público por meio de um período pouco explorado da vida de Jesus Cristo: a infância.
Baseado em livro de Anne Rice, autora do romance que originou “Entrevista com Vampiro” (1994), o longa reúne elenco britânico para narrar a viagem de Jesus (Adam Greaves-Neal), Maria (Sara Lazzaro), José (Vincent Walsh) (e agregados) do Egito rumo à cidade de Nazaré.
O diretor Cyrus Nowrasteh almeja acompanhar a infância do Messias, então com 7 anos, do ponto de vista de uma criança. Inocente, o menino mal sabe o ministério importante que o espera e desconhece os poderes divinos nele adormecidos. Mas o relato aplica o golpe de justamente tomar o caminho tradicional de outros filmes bíblicos, enxertando informações sobre a missão de Cristo sempre que possível.
Alívio cômico, Diabo risível e encenação primária: uma bagunça de filme
Se o roteiro prega peças, a encenação de telefilme, pouco crível, também não ajuda. Enquanto a família caminha na direção de Nazaré, Sean Bean, ator famoso por sempre morrer nas tramas em que aparece, de “O Senhor dos Anéis” a “Game of Thrones”, interpreta um centurião romano à procura do jovem Messias.
A única ameaça possível, o Diabo (Rory Keenan), beira o risível. E Nowrasteh ainda comete o erro de arrumar um alívio cômico por meio Cleopas (Christian McKay), uma espécie de israelita malandro e marrento.
Não que um filme sobre Jesus Cristo deva ser “infiel” às escrituras sagradas. Mas, com alguma inteligência e licença poética, é possível especular sem soar oportunista, como fez Martin Scorsese na obra-prima “A Última Tentação de Cristo” (1988), para usar um exemplo de extrema qualidade. Até para os padrões caretas do cinema bíblico, “O Jovem Messias” soa primário e, nos momentos mais problemáticos, até constrangedor.
Avaliação: Ruim
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