O Exorcismo aposta na metalinguagem para dar nova roupagem ao terror
Russel Crowe está em O Exorcismo, que estreia nesta quinta-feira (1º/8), e interpreta um veterano ator que é atormentado por um demônio
atualizado
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Um filme de terror, geralmente, traz consigo suspense e sustos suficientes para os espectadores. Agora, imagine uma produção do gênero, que se passa durante a gravação de um longa de horrot? É nessa pegada que O Exorcismo trabalha, inclusive, com Russell Crowe interpretando um ator veterano. Por mais estranho que pareça, o longa busca a metalinguagem — e ainda consegue trazer momentos de tensão e cenas emblemáticas para prender a atenção dos espectadores.
O Exorcismo acompanha um ator (Russel Crowe) durante as gravações de um filme de terror. No set, ele passa a ter um comportamento estranho e agressivo. Despertando preocupações, sua filha (Ryan Simpkins) busca entender o que está por trás dessas mudanças.
É interessante frisar que este filme não tem relação com o Exorcismo do Papa, que também contou com Russell Crowe no elenco – apesar da coincidência no casting e no nome.
Metalinguagem do terror
Por mais que a temática sobre possessão esteja batida, O Exorcismo tenta trazer uma coisa bastante interessante e utiliza as filmagens de um longa para dar uma nova roupagem ao gênero, utilizando muita metalinguagem. O filme trabalha, de uma certa maneira, mostrando como funcionam os bastidores de uma gravação.
E é assim que Joshua John Muller busca trazer uma pegada diferente. Nesta obra, os personagens citam diversos outros filmes de terror e relembram que coisas estranhas podem acontecer durante a realização de produções do gênero, como em O Exorcista, por exemplo. O clássico é sempre lembrado pelos acidentes no set, que causaram até mortes de artistas do elenco. Bem macabro, não é mesmo?
Nesta produção, estrelada por Russell Crowe – que atua ao lado de Ryan Simpkins, Chloe Bailey, Sam Worthington, David Hyde Pierce e o próprio diretor, Joshua John Miller – a referência fica evidente, no momento em que, durante as filmagens fictícias, coisas estranhas e assustadoras começam a acontecer.
Isso é a coisa mais interessante do filme, juntamente com o passeio entre trauma e possessão. Por conta disso, a relação entre Tony e Lee não é nada boa e mostra que eles já passaram por situações bastante complicadas, evidenciando o vínculo entre pai e filha.
Russell Crowe em alto estilo
Falando sobre atuações, não podemos deixar de citar que Russell Crowe faz um belo trabalho como Tony – que, ao contrário do ator real, o personagem começa as gravações de maneira um pouco enferrujada, mas vai se soltando com o tempo. Ou seja, Crowe ainda tem tempo de “brincar” com a atuação, mesmo entregando tudo em cena.
Enquanto isso, os outros artistas aparecem para complementar o enredo. Destaques para Ryan Simpkins, que faz a filha do padre, Lee Miller, e Chloe Bailey, que dá vida a atriz Blake Holloway. Os três, principalmente, carregam o filme.
O Exorcismo conta com um ar bastante assustador, com poucas luzes e jumpscares, que trazem momentos de sustos. Entretanto, o que dá o tom mesmo ao filme é a possessão de Tony e as coisas estranhas, que vão tomando forma ao longo do tempo.
A trilha sonora ajuda a dar toda a ambientação que um filme de terror precisa. Outra coisa interessante do filme é que a produção é dividida em dias de gravações e, quanto mais o tempo passa, pior vai ficando a possessão de Tony.
Há cenas muito emblemáticas de diversos filmes de terror, como o próprio Exorcista, que fica bastante em evidência, e outros longas. A forma cadenciada do filme consegue deixar os amantes do gênero entretidos durante os 90 minutos de duração.