A Netflix sempre se colocou no mercado de entretenimento mais como uma produtora de séries originais do que de filmes. Enquanto o primeiro seriado do streaming, House of Cards, estreou em fevereiro de 2013, a estreia em longas de ficção se deu apenas em outubro de 2015, com Beasts of No Nation. E a qualidade do cinema do canal jamais acompanhou a oferta de atrações televisivas. Mas isso vem mudando drasticamente de uns tempos para cá.
Em meados de 2016, quando a gigante do streaming acumulava pouco mais de seis meses de títulos originais de ficção, o Metrópoles fez um balanço pouco animador da oferta de filmes. Desde 2017, porém, a marca tem tentado virar a página equilibrando trabalhos de forte apelo popular – comédias de Adam Sandler, hits como o fenômeno teen Para Todos os Garotos que Já Amei e o blockbuster Bright – com obras de “prestígio”, assinadas por cineastas promissores e experientes.
Confira, em ordem alfabética, os 10 melhores filmes originais da Netflix segundo o Metrópoles:
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A 13ª Emenda
Netflix/Divulgação
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O Apóstolo (2018), de Gareth Evans. Diretor da ótima saga de ação Operação Invasão, Gareth Evans desbrava folclores sombrios neste terror ambientado no começo do século 20. Um ex-missionário católico (Dan Stevens) vai até uma ilha à procura da irmã, sequestrada por um misterioso culto religioso. Lá, descobre segredos que envolvem maldições e sacrifícios sanguinolentos. Para quem é fã de horror, também vale espiar o incrível curta Safe Haven, incluído na antologia V/H/S/2 (2013). Veja trailer
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A Babá (2017), de McG. O retorno triunfal do diretor dos filmes das Panteras se deu por meio do terror. Um garoto (Judah Lewis) tenta espiar a babá (Samara Weaving) durante a noite, mas descobre que ela participa de um culto satânico ao lado de outros jovens com sede de sangue. Imperdível para os amantes de um bom gore e de comédias teen. Veja trailer
Netflix/Divulgação
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Death Note (2017), de Adam Wingard. Fãs e críticos pegaram bastante no pé desta adaptação americana da adorada série de mangás e animes, mas o filme tem qualidades. Ao contar a história de um garoto que descobre um caderno com poderes sobrenaturais – um nome escrito nele significa morte certa –, o diretor Adam Wingard (Você É o Próximo, O Hóspede) consegue articular as delícias de uma fantasia juvenil com referências do tresloucado e febril cinema pop asiático. Veja trailer
Netflix/Divulgação
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Gente de Bem (2018), de Nicole Holofcener. Anders (Ben Mendelsohn), homem de meia-idade, larga o emprego no mercado financeiro e se divorcia da mulher para experimentar uma rotina diferente, regada a passeios tediosos à procura de sexo casual e itens para decorar a casa. A amizade com um adolescente (Charlie Tahan) viciado em drogas coloca o protagonista em novos dilemas pessoais acerca da paternidade e da vida que escolheu levar. Novo longa de Nicole Holofcener, diretora indie do ótimo À Procura do Amor (2013). Veja trailer
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Jogo Perigoso (2017), de Mike Flanagan. Um dos mais promissores diretores de terror em atividade, Flanagan (Hush) verte para o cinema um livro de Stephen King de difícil adaptação. Numa casa em lugar remoto, uma mulher (Carla Gugino) é algemada na cama pelo marido (Bruce Greenwood) em uma brincadeira sexual para apimentar a relação. Quando ele morre subitamente, a personagem começa uma luta pela sobrevivência. De mãos atadas e sozinha, ela também enfrenta memórias de infância traumáticas. Veja trailer
Netflix/Divulgação
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Mais uma Chance (2018), de Tamara Jenkins. Com atuações cativantes de Kathryn Hahn e Paul Giamatti, Tamara Jenkins, sem dirigir desde A Família Savage (2007), narra a história de um casal de meia-idade que tenta métodos e tratamentos diversos para engravidar. Um drama conjugal profundo, com um olhar afetuoso e cortante para detalhes cotidianos e a dinâmica de um par cada vez mais desgastado pela frustração. Veja trailer
Jojo Whilden/Netflix/Divulgação
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Okja (2017), de Bong Joon-ho. Autor da obra-prima O Hospedeiro (2006), também disponível na Netflix, o cineasta sul-coreano provoca sua usual mistura de gêneros (comédia satírica, filme de criatura gigante, drama infantil) para narrar um thriller ambientalista sobre uma garotinha, um porco geneticamente modificado e capitalistas selvagens. Veja trailer
Netflix/Divulgação
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O Plano Imperfeito: melhor filme da recente safra de comédias românticas da Netflix, o longa acompanha os estratagemas de dois jovens (Zoey Deutch e Glen Powell) que tentam "juntar" seus chefes (Lucy Liu e Taye Diggs) para aliviarem a rotina de trabalho sufocante. Elenco afinado e certeiro humor de escritório. Veja trailer
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Strong Island (2017), de Yance Ford. Primeiro cineasta trans a ser indicado ao Oscar, o diretor traz frescor à narrativa de documentários sobre crimes com uma forte carga pessoal. Ele investiga o assassinato de seu irmão, William Ford Jr., morto em 1992. O autor do crime jamais pagou pelo que fez. Yance Ford analisa o caso a partir de uma perspectiva familiar e racial. Veja trailer
Engrossam essa nova fase da Netflix produções como Okja, do sul-coreano Bong Joon-ho, concorrente à Palma de Ouro em Cannes, Jogo Perigoso, do talentoso diretor de terror Mike Flanagan, O Apóstolo, de Gareth Evans (Operação Invasão), 22 de Julho, de Paul Greengrass (saga Bourne), e Gente de Bem, de Nicole Holofcener (À Procura do Amor).
Até o fim de 2018, estreiam O Outro Lado do Vento, filme “perdido” de Orson Welles finalizado décadas depois, Roma, drama vencedor do Festival de Veneza dirigido por Alfonso Cuarón (Gravidade), e The Ballad of Buster Scruggs, dos irmãos Ethan e Joel Coen, ganhadores do Oscar por Onde os Fracos Não Têm Vez (2007).
Para 2019, a agenda de lançamentos prevê a chega do aguardadíssimo The Irishman, novo thriller de máfia de Martin Scorsese (Os Bons Companheiros) estrelado por Roberto De Niro e Al Pacino.
Vale também destacar a forte produção de documentários da Netflix, premiada com o Oscar por Os Capacetes Brancos (curta) e Ícaro (longa).