“Não liguei para a classificação indicativa”, Hugh Jackman sobre Logan
O ator disse que o novo filme é um longa de heróis para adultos, ao estilo “Deadpool”
atualizado
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Em turnê de lançamento de “Logan”, Hugh Jackman fala sobre a importância em realizar um filme que mostra o lado mais cruel do personagem. “Não liguei para classificação indicativa”, afirma o ator sobre o novo filme.
Na trama, Wolverine, ou Logan, como o herói é conhecido pelos mais próximos, está só. Seu poderes não são mais os mesmos. É motorista de limusines durante dias e noites para pagar por remédios comprados ilegalmente para tratar da doença senil que afeta o professor Charles Xavier, a mente mutante mais poderosa do mundo, interpretado por um impressionante Patrick Stewart.
Levemente inspirado na HQ Velho Logan, o filme que marca a despedida de Jackman do mutante depois de 17 anos e 9 filmes, a mais longeva parceria entre um personagem e um ator.
Você está vivendo uma rotina de estrela do rock, passando dois dias em cada país. É isso?
(Risos). Acho que sim! Mas estamos divulgando um road movie, que é um pouco o caso de “Logan”, então, acho que faz sentido. Estou filmando um musical no momento e consegui interromper tudo por duas semanas para poder vir aqui.
Acho que esse filme que estou fazendo agora também pode ser assim. Mas, entenda, eu não sei o que vem em seguida. E, de qualquer forma, eu adoro essas viagens. Eu as chamo de “viagens greatest hits”. Em cada lugar que eu passo, tenho uma equipe que me leva somente aos melhores restaurantes e bares. É ótimo.
Ajuda a aliviar o cansaço?
Sim. Preciso confessar que, quando eu era pequeno, meu sonho era viajar o mundo todo. Queria ser um cozinheiro de avião. Isso é maravilhoso. Questões como cansaço e fuso horário são problemas menores.
Pelo o que eu entendi, você se aproximou bastante do diretor James Mangold desde a concepção do que seria esse novo filme do Wolverine. Nove filmes depois, por que esse?
Talvez eu estivesse mais confiante. Eu tinha uma linha muito clara do que eu queria, de como esse filme deveria ser. Era algo muito pessoal. É claro que muito muda desde a concepção do projeto, mais pessoas se envolvem. Hoje, aos 48 anos, aprendi que um bom filme não requer tanta gente. Precisa de menos gente, mas que acredite mais no projeto.
Então, você e Mangold apresentaram para Fox o projeto de um filme de Wolverine envelhecido, violento e cansado?
Eu já tinha me envolvido no passado, como em Wolverine: Imortal (de 2013), porque gostava da saga japonesa, mas não como dessa vez. Dois anos atrás, fui com Mangold para conversar com o estúdio sobre a nossa ideia de filme. Tinha referências como “Os Imperdoáveis” (1992) e “O Lutador” (2008). Mangold trouxe “Os Brutos Também Amam”. Queríamos falar sobre família, sobre relações entre pai e filho, sobre essa pessoa, o Wolverine, que não se conecta com ninguém.
É claro que a boa bilheteria de “Deadpool”, um filme de heróis para adultos, deve ter ajudado a convencer o estúdio, mas foi uma manobra ousada.
Eu queria fazer diferente. Queria algo pessoal. Não ligava para classificação indicativa. Queria sentir algo novo. Falei para os executivos do estúdio que não precisavam ficar bravos caso não quisessem fazer esse filme. Eu seguiria em frente, eles contratariam outra pessoa para viver o Wolverine e tudo bem. Não estava blefando, mas ainda bem que eles toparam.