Nabiyah Be, brasileira em Pantera Negra: negros se engajaram no filme
Baiana e filha do cantor de reggae Jimmy Cliff, atriz e cantora estreia nos cinemas no papel de Linda, parceira do vilão Erik Killmonger
atualizado
Compartilhar notícia
Nabiyah Be, atriz e cantora nascida em Salvador, mora há algumas temporadas em Nova York. Aos 26 anos, ela estreia nos cinemas já em uma produção histórica: Pantera Negra (leia crítica), maior sucesso de 2018 até o momento e longa caprichado sobre o super-herói da Marvel. Enquanto o filme arrasa nas bilheterias mundiais, a brasileira se prepara para lançar seu primeiro disco de estúdio.
Adicionada ao elenco após ser aprovada em audição, Nabiyah vive Linda, namorada do supervilão Erik Killmonger (Michael B. Jordan), rival do Pantera pelo trono de Wakanda. A única brasileira no elenco do blockbuster conversou com o Metrópoles por e-mail enquanto finaliza seu álbum de estreia. Falou sobre a experiência em Hollywood, a convivência com seu pai, o cantor jamaicano de reggae Jimmy Cliff, e a infância em Salvador.
Nabiyah, como foi começar sua carreira no cinema já num blockbuster? Qual experiência foi mais desafiadora no set?
É uma oportunidade incrível. Tudo na Marvel é top secret, então houve coisas que só descobri quando cheguei no set.
Pantera está fazendo uma carreira sensacional nas bilheterias mundiais e atraiu uma tonelada de críticas positivas. Qual a importância desse filme em tempos de intenso debate sobre igualdade de raça nos Estados Unidos e no resto do mundo?
Importantíssimo porque não é só um exemplo de representatividade, mas também uma plataforma para dissecar identidades, culturas e comportamentos.
Como brasileira (filha da psicóloga Sonia Gomes com Jimmy Cliff), de que maneira você acha que os compatriotas estão recebendo Pantera Negra?
De acordo com o que tenho visto, acredito que está sendo muito bem recebido. Acho que a comunidade afro-brasileira está realmente engajada nos debates que o filme apresenta. Espero que o longa instigue conversas sobre traumas geracionais numa população predominantemente negra e miscigenada e a importância de uma produção como essa para as nossas crianças.
Como foi sua infância em Salvador? E quando começou a carreira de atriz?
Passei minha infância viajando muito, mas sempre voltando a Salvador, que foi minha âncora. Iniciei no teatro através de um curso aos 11 anos, e aos 15 já fazia parte de uma companhia.
Você também tem uma carreira musical e está prestes a lançar seu primeiro álbum. Quando será lançado? Vê alguma influência da música feita por seu pai?
Ainda não nomeei o disco, mas posso dizer que não será um disco de reggae. São canções predominantemente em inglês, mas a influência brasileira está presente. Acredito que não será um álbum que se encaixe dentro de uma gênero específico, porque encapsula a minha miscigenação cultural.
E espero atrair audiências que também possam se conectar com o Brasil dessa forma. Sobre a influência do meu pai, acredito que nossas histórias são muito distintas, culturalmente falando. Seria muito difícil fazer um disco emocionalmente honesto e íntegro à minha autenticidade com uma identidade sonora similar à dele.
Tem mais algum projeto no cinema ou no teatro ainda em 2018?
Continuo recebendo projetos e testes, mas o verdadeiro foco por enquanto é o disco.