Monstros à solta! “A Múmia”, com Tom Cruise, inaugura o Dark Universe
“A Múmia” abre franquia dedicada a renovar os monstros clássicos do estúdio Universal, como Drácula e Frankenstein
atualizado
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“A Múmia” estreia nesta quinta-feira (8/6), com Tom Cruise no papel de um caçador de recompensa que enfrenta uma princesa milenar que saiu de um sarcófago para aterrorizar o mundo. O filme inaugura o Dark Universe, franquia que pretende renovar e reviver os monstros clássicos do estúdio Universal, como Drácula e Frankenstein.
Quase todas as criaturas já têm seus intérpretes. Johnny Depp e Javier Bardem, antagonistas em “Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar”, encarnam Homem Invisível e Frankenstein. Sofia Boutella, vista em “Star Trek: Sem Fronteiras” (2016), faz a Múmia.
O próximo filme da franquia, “A Noiva de Frankenstein”, só chega em 13 de fevereiro de 2019, sob direção de Bill Condon (o novo “A Bela e a Fera”).
Vilão dos vilões
A estratégia para juntar monstros tão díspares quanto o Homem Invisível e o Monstro da Lagoa Negra foi apontar um denominador comum na figura de um “vilão dos vilões”. O Dr. Henry Jekyll (Russell Crowe), popularizado nas várias versões de “O Médico e o Monstro”, lidera a organização Prodigium.
Em miúdos, uma empresa que caça monstros e deve percorrer os filmes do Dark Universe. Jekyll, também dono de um lado monstruoso, personificado pelo Mr. Hyde, dá as caras em “A Múmia”.
Numa época dominada por vários outros universos, sobretudo os de super-heróis das editoras Marvel e DC, o Dark Universe se cerca do imaginário popular que envolve seus personagens. Parte do fascínio que atrai milhões aos cinemas todos os anos foi erguido por meio desses tais monstros.
Quando os monstros surgiram
A Universal começou seu universo sombrio nos anos 1920, com adaptações do Corcunda de Notre Dame (1923) e de “O Fantasma da Ópera” (1925), que também devem ganhar remake. Os monstros se cristalizaram na cultura popular na década seguinte, com Boris Karloff em “Frankenstein” (1931), personagem de Mary Shelley, e Bela Lugosi em “Drácula” (1931), o vampiro criado por Bram Stoker.
O sucesso pavimentou o caminho para que outras criaturas invadissem os cinemas: “A Múmia” (1932), também com Karloff, “O Homem Invisível” (1933), baseado na obra de H.G. Wells, “O Lobisomem” (1941) e “O Monstro da Lagoa Negra” (1954). Todos estão nos planos do Dark Universe.
Remakes fracassados
Após a Segunda Guerra Mundial, a paranoia da Guerra Fria e o medo de ameaças estrangeiras – sobretudo o comunismo – abasteceram fitas de horror sobre invasões extraterrestres. Saem de cena os “nobres” Drácula e Frankenstein e entram monstros do lado B, como o louva-a-deus gigante de “Fúria de uma Região Perdida” (1957) e os aliens furtivos de “Veio do Espaço” (1953).
A partir dos anos 1960, os monstros saíram do guarda-chuva da Universal e ganharam sobrevida pela cultuada produtora britânica Hammer. Em Hollywood, as criaturas só voltariam a partir do fim dos anos 1970.
Desde então, a Universal e outros estúdios procuram renovar o catálogo, sem tanto sucesso. Exceção feita à trilogia da Múmia lançada entre 1999 e 2008. Conseguirá o Dark Universe ressuscitar os temidos monstros de quase um século atrás para plateias atuais?