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Longa sobre Leila Diniz, coproduzido pelo Metrópoles, estreia na Mostra São Paulo

Dirigido pela amiga de Leila, Já Que Ninguém Me Tira pra Dançar reúne entrevistas e gravações para traçar perfil da atriz

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Leila Diniz e Ana Maria Magalhães
1 de 1 Leila Diniz e Ana Maria Magalhães - Foto: Divulgação

Com estreia marcada para a 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, o documentário Já que Ninguém Me Tira pra Dançar é, ao mesmo tempo, um olhar sobre a trajetória de Leila Diniz e um esforço para recuperar a memória do audiovisual brasileiro. O longa inédito, realizado originalmente em U-Matic e depois restaurado, é produzido e dirigido por Ana Maria Magalhães e coproduzido pelo Metrópoles.

O restauro dos segmentos de entrevistas e de dramatizações presentes no novo Já que Ninguém me Tira pra Dançar ocorreu sob a coordenação de Fábio Fraccarolli, que esteve à frente da recuperação de obras como O Bandido da Luz Vermelha e Terra em Transe. Também estiveram presentes no esforço o produtor Lino Meireles, a diretora e produtora Ana Maria Magalhães e outros membros da equipe.

Fraccarolli, que trabalhava na Cinemateca Brasileira, viu o documentário original e procurou a diretora para conversar. Ana Maria, por sua vez, decidiu somar entrevistas e gravações novas às originais, realizadas em 1982.

Finalizado em HDTV, o filme resgata a participação de Leila Diniz na cultura moderna, relembrando a trajetória da artista que se posicionou pela liberdade das mulheres durante os anos mais duros da ditadura militar.

Entre os episódios lembrados pela produção está a famosa entrevista para O Pasquim, em 1969, que despertou tanto a indignação dos militares, quanto o desprezo das feministas da época, que a rotulavam de vulgar.

“Leila esteve à frente das mudanças sociais do seu tempo. A preservação de sua memória e divulgação de seu pensamento e ações é fundamental para a manutenção dos avanços que fizemos graças a ela, uma atriz de cinema”, afirmou a diretora, que foi amiga de Leila.

Único documentário sobre a atriz

Autêntica e espontânea, Diniz foi porta-voz de uma geração censurada. Ao mesmo tempo que conquistou fãs, gerou hostilidade dos defensores da moral e dos bons costumes, principalmente após posar de biquíni para uma revista, aos oito meses de gravidez. Morreu aos 27 anos, em um acidente de avião na Índia, quando voltava de um festival de cinema na Austrália, onde recebeu o prêmio de melhor atriz.

Dez anos após a tragédia, Ana Maria foi convidada a dirigir um documentário sobre a amiga. “Relutei porque não tinha o distanciamento necessário. Por outro lado, tinha consciência da importância de transmitir o legado de Leila, sabia que seus amigos poderiam expor cada uma de suas facetas, e aceitei a missão porque eu conhecia muito bem o seu modo de pensar, agir e se relacionar. E até aqui, este é o único documentário que existe sobre ela”, lembra a cineasta carioca.

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Leila Diniz e a diretora Ana Maria Magalhães — as duas eram melhores amigas
Ana Maria Magalhães é atuou em importantes filmes brasileiros: “Como era gostoso o meu francês”, de Nelson Pereira dos Santos; “Lucio Flavio, o passageiro da agonia”, de Hector Babenco e “A Idade da Terra”, de Glauber Rocha
Leila Diniz se posicionou pela liberdade das mulheres durante os anos mais duros da ditadura militar
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Cartaz de Já Que Ninguém Me Tira Pra Dançar

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Leila Diniz e a diretora Ana Maria Magalhães — as duas eram melhores amigas

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Ana Maria Magalhães é atuou em importantes filmes brasileiros: “Como era gostoso o meu francês”, de Nelson Pereira dos Santos; “Lucio Flavio, o passageiro da agonia”, de Hector Babenco e “A Idade da Terra”, de Glauber Rocha

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Leila Diniz se posicionou pela liberdade das mulheres durante os anos mais duros da ditadura militar

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Os depoimentos foram colhidos quando a lembrança de Leila ainda estava fresca na memória dos diretores de cinema, atores, jornalistas e familiares. Entretanto, assim que as filmagens foram iniciadas, o Centro Cultural Cândido Mendes, que idealizou o projeto para ser exibido na Mostra Leila Diniz – Dez anos depois, desistiu de produzi-lo por problemas no plano de investimento. Ana Maria, então, seguiu investindo seus próprios recursos.

Segundo Ana Maria, o resultado do esforço visa não só homenagear a melhor amiga como retratar o o modo de ser e viver dos artistas e das jovens brasileiras nos anos 1960, plenos de entusiasmo e ingenuidade. “As novas gerações não sabem quem foi Leila, atriz que valorizou a verdade, a liberdade e o amor, porque acreditava que as pessoas podem realizar as suas melhores potencialidades e não as piores”, conclui a diretora.

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