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Leaving Neverland: o impacto do angustiante documentário sobre Jackson

O filme conta, em duas partes, as histórias de Wade Robson e James Safechuck, que acusam o astro de abuso sexual

atualizado

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Michael Jackson’s Neverland Ranch
1 de 1 Michael Jackson’s Neverland Ranch - Foto: George Rose/Getty Images

“Não gosto de olhar para eles”, desabafa James Safechuck, ao experimentar um anel de noivado que não passa da parte inferior de sua unha. Em seu colo, uma caixa cheia de jóias presenteadas a ele pelo Rei do Pop, Michael Jackson, “em troca de favores sexuais”. Essa é a acusação do homem de 41 anos, em depoimento ao documentário Deixando Neverland (Leaving Neverland).

O filme conta as histórias de Wade Robson e James Safechuck e foi lançado no Brasil em duas partes. A produção chega ao país carregada de críticas dos fãs de Jackson. Afinal, o documentário explora o impacto do suposto abuso sexual sofrido pelos dois homens ao longo dos anos e expõe o lado sombrio do astro pop.

Ano passado, a Sony gastou US$ 250 milhões para manter os direitos autorais da música de Jackson pelos próximos sete anos. Até o momento, a companhia não se pronunciou sobre o filme.

Nos dias após o lançamento de Deixando Neverland, os números das faixas de Jackson sendo reproduzidas na rádio e em serviços de streaming foram pouco afetados. Nesta semana, o Spotify e Apple Music divulgaram que as canções solo dele acumularam 16 milhões de streams na semana depois da produção.

Esse número está exatamente no centro da variação média do cantor; entre 16 milhões e 17 milhões de streams. Enquanto isso, a playlist This Is Michael Jackson acumula mais de 1 milhão de seguidores.

A única consequência do documentário foi o Museu das Crianças de Indianápolis, que decidiu remover alguns artigos do cantor das exposições permanentes. Outro lugar que removeu as canções de Jackson foi o Staples Center, substituindo Beat It por Smells Like Teen Spirit, do Nirvana.

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A música já uniu os caminhos de Paul McCartney e Michael Jackson, mas também foi o motivo que os afastou. Depois de gravarem vários duetos nos anos 1980, Paul aconselhou Michael a investir na compra dos direitos de músicas famosas para aumentar sua fortuna. O rei do pop não pensou duas vezes e, em 1985, apresentou uma oferta de quase US$ 50 milhões por centenas de músicas dos Beatles. Paul ficou indignado e considerou a compra do amigo um ato de traição. Em 2017, após 30 anos, o ex-Beatle conseguiu recuperar os direitos autorais das músicas na justiça.  Apesar da mágoa, McCartney disse em uma entrevista que Michael era "um menino talentoso com uma alma muito gentil"
Foi ao Oscar de 1991 de mãos dadas com Michael Jackson
Michael Jackson faleceu em 2009, aos 50 anos
Michael teve três filhos. Paris e Prince Michael Jackson são os mais velhos
Joe, Katherine e Michael no dia em que o Rei do Pop foi acusado de molestar um garoto, dar-lhe bebidas alcoólicas e conspirar para cometer sequestro infantil, falsa prisão e extorsão
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Michael Jackson se tornou um dos maiores astros da música

Phil Walter/Getty Images
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A música já uniu os caminhos de Paul McCartney e Michael Jackson, mas também foi o motivo que os afastou. Depois de gravarem vários duetos nos anos 1980, Paul aconselhou Michael a investir na compra dos direitos de músicas famosas para aumentar sua fortuna. O rei do pop não pensou duas vezes e, em 1985, apresentou uma oferta de quase US$ 50 milhões por centenas de músicas dos Beatles. Paul ficou indignado e considerou a compra do amigo um ato de traição. Em 2017, após 30 anos, o ex-Beatle conseguiu recuperar os direitos autorais das músicas na justiça. Apesar da mágoa, McCartney disse em uma entrevista que Michael era "um menino talentoso com uma alma muito gentil"

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Foi ao Oscar de 1991 de mãos dadas com Michael Jackson

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Michael Jackson faleceu em 2009, aos 50 anos

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Michael teve três filhos. Paris e Prince Michael Jackson são os mais velhos

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Joe, Katherine e Michael no dia em que o Rei do Pop foi acusado de molestar um garoto, dar-lhe bebidas alcoólicas e conspirar para cometer sequestro infantil, falsa prisão e extorsão

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Após confirmar os boatos de agressão por parte do pai, Joe, em entrevista a Oprah em 1993, Michael somente conseguiu discutir as agressões novamente em 2003 no documentário Living with Michael Jackson

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Michael foi defendido por outros amigos mais novos que cultivou ao longo dos anos, como Macaulay Culkin (foto), Brett Barnes, Frank Cascio e Sean Lennon

Kevin Kane/WireImage
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Michael Jackson

Richard Corkery/NY Daily News Archive via Getty Images

 

Impacto cultural
Muitas celebridades, como Ellen Degeneres, Molly Ringwald, Sia e Amanda Palmer, já se posicionaram em apoio a Safechuck e Robson. Por outro lado, T.I., Juice WRLD, Jason DeRulo e India.Arie adotaram tom de defesa a Jackson.

“Não escute apenas um lado e espere encontrar a verdade”, escreveu T.I. no Instagram. “Ah é mesmo… Os mortos não falam. Então qual é o propósito mesmo? Destruir outra forte, histórica lenda negra?”, completou.

Na televisão, os produtores de Os Simpsons decidiram remover um episódio de 1991, Stark Raving Dad, com Michael Jackson. Em entrevista ao Daily Beast, o ex-showrunner Al Jean sugeriu que o astro usou sua participação no show para propósitos nefastos: “Não era somente comédia, era algo usado como uma ferramenta… Acho que fazia parte do que ele usava para [condicionar] as crianças”.

No documentário, os dois homens negam uma intenção de destruir o legado do cantor. Eles alegam a vontade de inspirar outras vítimas de abuso sexual a contarem suas histórias.

A psicologia
O impacto cultural de Michael Jackson já havia sido consolidado há muito tempo. Como Nadia Wager escreveu em uma coluna na Newsweek, “historicamente, como uma sociedade, temos dificuldade de acreditar em acusações ou perceber sinais de que o abuso sexual de uma criança está acontecendo”.

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