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Kleber Mendonça Filho foi o maior nome do cinema nacional em 2016

O cineasta colheu uma série de prêmios e polêmicas com seu filme “Aquarius” e se tornou coordenador do Instituto Moreira Salles

atualizado

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Kleber Mendonça Filho
1 de 1 Kleber Mendonça Filho - Foto: Youtube/Reprodução

Talvez nenhum outro nome do cinema nacional tenha feito tanto barulho em 2016 quanto o de Kleber Mendonça Filho. Seu filme “Aquarius”, lançado em setembro deste ano, foi aclamado pela crítica, ganhou prêmios em diversas competições internacionais e colecionou uma série de polêmicas envolvendo as mudanças políticas que ocorreram no país ao longo de 2016.

Pernambucano, Kleber se vale dos problemas locais para elaborar uma crítica que serve bem a todo o país: especulação imobiliária, contrastes entre classes sociais, paranoia e medos urbanos. Sua primeira experiência com longa-metragem ocorreu em 2012, em “O Som ao Redor”. Com “Aquarius”, o sucesso foi ainda mais longe.

O filme foi o único brasileiro indicado à Palma de Ouro do Festival de Cannes, concorre ao Independent Spirit Awards – maior premiação do cinema independente norte-americano – e coleciona uma série de premiações em países como Austrália, Chile, Argentina e México.

Protesto em Cannes
Porém, nem só de prêmios e elogios está marcada a trajetória de “Aquarius”. Durante o Festival de Cannes, Kleber e os principais atores do longa (Sonia Braga, Humberto Carrão, Maeve Jinkings e Irandhir Santos) protestaram contra o impeachment de Dilma Rousseff no tapete vermelho, afirmando (em várias línguas) que o Brasil estaria sofrendo um “golpe”.

“Cannes tem muitas câmeras fotográficas, imprensa do mundo inteiro. Acho que um pequeno gesto às vezes é bem importante. Foi um pequeno gesto que a gente fez. Pensamos em algumas frases que transmitem um pouco do que está acontecendo”, comentou o diretor ao Metrópoles.

Luiz Oliveira/Metrópoles
Kleber Mendonça e a equipe de “Aquarius”: protesto e polêmica em Cannes

 

Oscar e cargo no IMS
A segunda discussão em torno do filme surgiu no Ministério da Cultura, que resolveu escolher o “Pequeno Segredo” para representar o Brasil na disputa pelo Oscar de Melhor filme estrangeiro.

Visto por muitos especialistas como “retaliação” ao protesto em Cannes, a situação ficou tão tensa que três diretores retiraram seus filmes do páreo em apoio a “Aquarius” dois membros da comissão responsável pela decisão no MinC (Guilherme Fiúza Zenha e Ingra Lyberato) também decidiram se afastar dos respectivos cargos.

No fim das contas, “Pequeno Segredo” não foi aprovado na primeira triagem da Academia, em que são pré-selecionados os concorrentes ao Oscar de 2017.

Para além das polêmicas, a carreira do cineasta se estende da realização nos sets à política cultural. Após ter se afastado da coordenação de cinema na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) em outubro deste ano, Kleber assumiu a mesma função no Instituto Moreira Salles (IMS), no Rio de Janeiro.

Em 2017, ele partirá para São Paulo com o objetivo de exercer o cargo na nova sede do instituto, que será inaugurada em julho.

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