Jean Renoir: 5 filmes para ver na mostra “A Vida Lá Fora”, no CCBB
Cineasta francês Jean Renoir é tema de extensa mostra no CCBB, com 16 filmes em película. Sessões começam nesta quarta (15/2)
atualizado
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A mostra “A Vida Lá Fora” reúne 30 filmes dirigidos por Jean Renoir, além de dois documentários sobre o diretor francês. Começa nesta quarta (15/2), com destaque para 16 títulos em película (35mm). É uma boa chance para conhecer melhor um dos mestres do cinema moderno. Transitou por filmes mudos, falados, a cores e rodou na França, na Índia e nos Estados Unidos.
Renoir costuma ser lembrado popularmente por “A Grande Ilusão” (1937, foto no alto) e “A Regra do Jogo” (1939), filmes provocativos sobre relações de classe na França. Mas a carreira do francês deu várias outras voltas.
Mal entendido à época, “A Regra do Jogo” fez Renoir “cair em desgraça”, lembra Bezerra. “Além do fracasso de público e crítica, ele foi atacado tanto pelos amigos da esquerda como pela direita”. Refugiou-se nos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, rodou “Rio Sagrado” (1951) na Índia e, depois, voltou à França para realizar musicais e filmes experimentais.
Veja cinco filmes imperdíveis da mostra “A Vida Lá Fora”, de Jean Renoir:
“A Grande Ilusão” (1937)
Talvez seja o filme que mais claramente evidencia a abordagem honesta de Renoir com seus personagens. Um filme sobre a Primeira Guerra Mundial sem rivalidades manjadas, mas com um olhar para as relações humanas que se constroem em meio à violência do conflito.
“A Regra do Jogo” (1939)
O retrato ácido sobre a alta sociedade francesa estreou como uma bomba: banido, massacrado pela crítica e ignorado pelo público. Depois, virou clássico e o filme mais popular de Renoir. Ambientado nas tensões pré-Segunda Guerra Mundial, o longa se infiltra nas relações entre patrões e empregados.
“Rio Sagrado” (1951)
Após passar quase toda a década de 1940 em Hollywood, Renoir visitou a Índia para rodar seu primeiro filme colorido. Três adolescentes crescem nas proximidades de um rio e nutrem paixão pelo mesmo homem, um soldado americano anos mais velho.
“French Can Can” (1954)
O filme que marcou o retorno de Renoir à França, após uma década e meia de exílio. Na belle époque, o dono de um café decadente conhece uma lavadeira com talento para a dança e tenta revitalizar o can can.
“O Cabo Ardiloso” (1962)
Em seu penúltimo filme, Renoir retorna aos temas de “A Grande Ilusão” e ao preto e branco. Na Segunda Guerra Mundial, um oficial francês é feito prisioneiros pelos nazistas e tenta escapar com a ajuda de pessoas de distintos universos sociais.
A Vida Lá Fora: O Cinema de Jean Renoir
De 15 de fevereiro a 13 de março, no cinema do Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB (Setor de Clubes Esportivos Sul, trecho 2, lote 22, 3108-7600). Sessões de quarta a segunda. R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). Programação completa no site do CCBB. Não recomendado para menores de 12 anos.
Debate
Em 2 de março (quinta), às 20h, no cinema do CCBB. Com o curador Júlio Bezerra e os críticos Pablo Gonçalo (Brasília) e Filipe Furtado (São Paulo). Entrada franca.