James McAvoy explica a masculinidade tóxica de Não Fale o Mal
O protagonista de Não Fale o Mal, James McAvoy, explica camadas do filme de terror, que já está nos cinemas brasileiros
atualizado
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Remake de um filme da Dinamarca, Não Fale O Mal é um dos grandes destaques do cinema de terror deste ano. Estrelado por James McAvoy, que fez Fragmentado, a trama segue a história da família Dalton que vai visitar amigos, Ciara e Paddy, em uma casa no campo, mas toda a trajetória de vida deles é mudada para um caminho horripilante.
No entanto, o terror não é somente uma trama para dar susto. O protagonista defende que há camadas: “Não Fale O Mal é sobre a decência social e sobre ser atraído por algo”. Em jogos de manipulação, a produção aborda temas que vão desde a busca pela felicidade nas grandes metrópoles até a masculinade tóxica. Tudo isso em uma atmosfera tensa típicas de filme de terror.
Aliás, James acredita a versão de 2024 é “muito mais um thriller social e psicológico com elementos definitivamente horripilantes” em comparação ao original, que é intitulado Gæsterne.
“Uma das coisas que este filme faz é brincar constantemente com o que é ou não aceitável. Os Daltons são condicionados a ser essa família que aceita tudo o que a vida moderna lhes impõe: altos impostos, longas horas de trabalho, instabilidade no emprego, taxas escolares exorbitantes, um relacionamento estressado, etc”, explica.
“E Paddy está constantemente jogando com eles e se divertindo muito fazendo isso”, comenta o ator, que acrescenta as características manipuladoras do seu personagem. Não Fale O Mal já está disponíveis no cinema. “Espero que o público fique assustado e que riam, porque também é bem engraçado. O filme vai te entreter, te fazer rir e, espero, te assustar bastante. Prepare-se para diversão, medo e violência”, afirma.
O personagem
Na trama, James vive Paddy, um médico que deixou a profissião para viver em uma propriedade da família no campo. Apesar de ainda atuar na medicina em algumas instituições de caridade, o personagem e a esposa, Ciara, escondem algumas camadas.
No tema relacionamento, James McAvoy comenta como o casal antagonista, Paddy e Ciara, são apaixonados e tem um amor verdadeiro. “Eles são horríveis em muitos aspectos, mas eles se amam. No filme, você tem esses vilões que realmente se amam, e esses mocinhos que nem sabem mais como amar, porque a sociedade moderna os privou da capacidade de explorar ou expressar isso”, explica.
Quebra da masculinidade tóxica
Além disso, o filme aborda da masculinidade, como pontua McAvoy. “É algo com o qual Ben Dalton [o visitante] está lutando e tentando encontrar. Acredito que seja uma das razões pelas quais ele se sente atraído por Paddy, que parece ser uma expressão saudável da masculinidade moderna em alguns momentos, seja lá o que isso signifique”, pontua.
O ator ainda brinca que caso o personagem tivesse Instagram, com certeza, estaria “divulgando uma tese sobre a vida moderna e a masculinidade”. “Meu personagem está vendendo uma coisa, mas tem um grande estoque de outra por trás, carregando toda a bagagem dessa masculinidade tóxica”, comenta o astro de cinema.
O artista trabalhou bastante o papel com o cineasta James Watkins, que dirige a produção. “Nos aprofundamos nisso e na conexão dele com a terra, que parece ser saudável e rústica, mas também tem essa escuridão por trás. Portanto, todas essas coisas parecem muito atraentes à primeira vista, mas depois há sangue na terra e nessa masculinidade que Paddy está vendendo”, revela.
“Há sexo, sujeira, sangue e todo tipo de coisas horríveis ali que você não vê de imediato porque o que você vê é apenas esse cara moderno que parece um pouco à moda antiga”, explica o ator sobre a masculinidade tóxica do personagem.