Já vimos “La La Land” e analisamos: vai mesmo ganhar o Oscar?
Grande favorito ao Oscar, “La La Land” homenageia Hollywood e revela trânsito entre musical clássico e estética contemporânea
atualizado
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“La La Land – Cantando Estações”, favorito ao Oscar, narra sonhos e paixões de dois artistas em Hollywood. Com as credenciais de uma produção já queridinha por público, crítica e premiações, o novo filme de Damien Chazelle (“Whiplash”) parece ter um caminho natural pela frente. Acumular indicações e, em 26 de fevereiro, convertê-las em estatuetas.
Mas como e por quê? A produção já foi vista por muita gente no Brasil em pré-estreia, mas é lançada oficialmente nesta quinta (19/1).
Só o fato de ser um musical já é o suficiente para garantir a estatueta? Há concorrentes que podem ameaçar a consagração do filme? O Metrópoles já viu “La La Land” e analisa o fenômeno do filme que pode se tornar o grande vencedor do Oscar 2017.Muita gente gosta: público, crítica e premiações
Em termos de aclamação dos jornalistas especializados, só “Moonlight – Sob a Luz do Luar” sai ganhando de “La La Land”. “Manchester à Beira-Mar” também atraiu resenhas favoráveis, mas sai perdendo no fator popularidade. O que mantém a força de “La La Land” rumo ao Oscar é a trinca público, crítica e premiações.
Até o momento, o filme já passou de US$ 130 milhões nas bilheterias, mais de quatro vezes o custo do orçamento (US$ 30 milhões). Nas premiações, “La La Land” tem desempenho absurdo. Bateu o recorde no Globo de Ouro (7 troféus) e marca presença nos principais termômetros do Oscar, como os sindicatos de diretores (DGA) e produtores (PGA).
Romantismo “realista” e elogio a Hollywood
Obviamente, toda (quase) unanimidade também atrai posições contrárias. De qualquer maneira, “La La Land” reúne elogios (talvez exagerados) pela maneira como assume o musical, gênero clássico de Hollywood, e comporta uma atmosfera tipicamente contemporânea.
O filme exala um clima retrô anos 1940, mas se passa na Los Angeles atual. Mia e Sebastian compartilham sonhos tão próximos quanto distantes: ela quer ser atriz, ele pretende abrir um bar de jazz sem ceder aos caprichos da música pop.
Existe um certo cinismo, um ar blasé bem ao gosto da juventude descolada atual, que se mistura com um romantismo típico de personagens de cinema. Mia e Seb sapateiam pelas ruas como genuínos astros de Hollywood e dançam como se estivessem num céu de estrelas. Ao mesmo tempo, eles são autênticos, falhos e adultos: problemas com dinheiro, sonhos irrealizados e paixões confusas.