Iberê Carvalho sobre O Homem Cordial: “Fotografia desses anos obscuros”
O Homem Cordial, novo filme do cineasta brasiliense Iberê Carvalho, estreia em 11 de maio nos cinemas e traz Paulo Miklos no papel principal
atualizado
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Iberê Carvalho estreia seu novo filme em 11 de maio nos cinemas. Com Paulo Miklos como protagonista, O Homem Cordial questiona injustiças vistas todos os dias na sociedade e aparece como um assunto contemporâneo, mesmo tendo sido filmado em 2018.
“O filme sempre foi uma tentativa de tentar entender essa onda reacionária que vimos se aproximar com muita velocidade, não apenas no Brasil, mas no mundo”, explica o diretor em entrevista exclusiva ao Metrópoles, que escreveu o roteiro em 2016 e 2017 com o uruguaio Pablo Stoll. Ele analisa ainda que a produção filmada em São Paulo reflete a realidade do país nos anos do governo de Jair Bolsonaro.
“Apesar de o filme ter sido feito antes de tudo que o país viveu nesses últimos quatro anos, o filme pode sim ser lido como uma fotografia desses anos obscuros que vivemos. É tanto assim, que não acredito que seja coincidência as inúmeras dificuldades que enfrentamos para lançar o filme enquanto Bolsonaro estava no poder.”
Mais sobre O Homem Cordial
No longa, Paulo Miklos vive o músico Aurélio. Ele é líder de uma banda de rock chamada de Instinto Radical e questiona as injustiças sociais nas letras, mas se envolve em um incidente que termina na morte de um policial e gera o cancelamento do artista na Internet.
“As redes sociais são o ambiente perfeito para que ocorra o efeito manada, ou seja, quando um grupo de indivíduos segue a opinião ou ação de outros de forma irracional, sem analisar os fatos e fundamentos. No filme, vemos como cada comentário, cada postagem, cada curtida ou compartilhamento em uma fake news tem um impacto direto na vida de alguém no mundo real. E esse impacto se potencializa dependendo de que grupo social ou étnico você pertence”, conta Iberê em nota divulgada à imprensa.
Ele também elogiou a parceria de Miklos na construção do longa. De acordo com o brasiliense, o artista foi “muito disponível e generoso com os colegas de cena” e mostrou muita vivacidade nas cenas em que sobe ao palco. “São mais de 40 anos de experiência com uma das maiores bandas de Rock do Brasil de todos os tempos. Todo esse passado está impresso no filme com uma potência impressionante.”