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Halloween e Pânico em alta: seria o novo sucesso do terror slasher?

Duas das franquias de maior sucesso do subgênero viraram assunto entre os internautas nesta semana; entenda melhor a história do slasher

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1 de 1 halloween kills 1 - Foto: Universal/Divulgação

Sendo fã de terror ou não, certamente você já viu ou ouviu falar de Michael Myers e Ghostface, os famosos assassinos mascarados das franquias Halloween e Pânico. Considerado dois dos maiores personagens da história do cinema de terror, eles voltaram a estar em alta nesta semana com o lançamento de Halloween Kills, segundo filme da nova trilogia criada por John Carpenter, e do primeiro trailer do quinto filme da saga iniciada em 1996. Seria esse um sinal de que o slasher estaria em alta novamente?

Contudo, antes de responder essa pergunta, é preciso entender primeiro do que se trata o slasher. Um dos vários subgêneros do terror (como o psicológico, gore, sobrenatural…), esse estilo de filme viveu seu auge na década de 1980 e se consolidou por trazer histórias que se passam geralmente em torno de um grupo de jovens, um maníaco mascarado e cenas de morte absurdas, onde criatividade e sangue não precisam ter limites.

“O slasher é um subgênero do horror que foi surgindo como qualquer variação do terror pela recorrência, ou seja, quando vários filmes começaram a usar os mesmos mecanismos de abordagem, tramas e fotografia. Foi se concretizando como uma variação em torno do gênero”, explica Marcelo Miranda, crítico, pesquisador de cinema e realizador dos podcasts Saco de Ossos e A Hora do Espanto, especializados em terror.

Segundo o crítico, para um filme ser considerado um slasher clássico (aquele que possui elementos que mais “se repetiram” ao longo da história) ele deve seguir algumas características: se desenvolver em torno de um grupo de jovens que vão para algum lugar isolado (viagem, acampamento, etc); envolver alguma data comemorativa (halloween, natal, etc); um assassino (geralmente mascarado) que mata um a um e tem isso como uma forma de expiar algum trauma do passado e, claro, sangue… muito sangue.

“O próprio termo slasher surgiu por se referir aos filmes de assassinos que usavam geralmente facas ou algum objeto cortante para matar e o ‘slash’ seria o barulho da facada na carne”, explica Marcelo, que destaca as criativas matanças como fator principal para a popularidade do subgênero.

“Os filmes slashers são sempre muito baratos, rápidos e não precisam de grandes atores, só precisa de um monte de jovens, às vezes até desconhecidos, porque o que vai atrair são as cenas de matança. O que faz eles terem tanto sucesso é a criatividade em torno das cenas de morte e das interações dos personagens”, completa.

Inspiração no passado

Apesar de ter se consolidado nos anos 1980 com títulos como Sexta-Feira 13 (1980), que apresentou o temido Jason Voorhees ao mundo, o que viria a ser considerado slasher começou a aparecer anos antes. “Temos alguns filmes que utilizaram os elementos que se tornaram marcas do subgênero no futuro anos antes desse subgênero ser detectado como, por exemplo, um filme italiano, Seis Mulheres para o Assassino (1965), e o canadense Black Christmas(1974), de Bob Clark, que hoje seriam considerados o proto-slasher”, lembra.

No entanto, o subgênero começou a tomar forma de fato com Halloween (1978), de John Carpenter. Trazendo os principais elementos do estilo, a franquia se tornou um sucesso de bilheteria e teve mais de 12 filmes lançados (e vai ganhar outro em breve), entre continuações, remakes e especiais. “O Halloween é considerado um marco do slasher. O (John) Carpenter nunca fez pensando nisso, mas ele possui todos esses elementos que vão ser desenvolvidos nos anos 1980: o assassino de máscara, atacando jovens em uma data especial”, ressalta Miranda.

Cartaz de Seis Mulheres para o Assassino (1964)
Novo auge?

Subgênero do terror de mais sucesso entre 1980, o estilo teve inúmeros filmes com a temática lançados até os anos 1985, o que acabou causando um esgotamento do tema. “Começa a cair porque foram feitos muitos, e isso cansa. Com isso, o slasher vive um hiato muito grande nos anos 1990, até que o Pânico aparece”, conta o pesquisador.

Marcelo ressalta, porém, que Pânico trouxe algumas novidades para o subgênero e marcou uma nova era para o terror slasher. “Pânico não é exatamente um slasher clássico, eu chamaria de pós-slasher. Ele usa do referencial do slasher, só que ele faz isso com a consciência de ser um filme que está falando sobre o próprio slasher, e isso faz toda a diferença. A autoconsciência do Pânico no primeiro filme é o que ele faz ser um filme muito moderno, por isso o ‘pós’, explica ele.

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Mesmo com poucas histórias de seu lançamento, o longa já levou diversas pessoas ansiosas ao Twitter
Sexta-Feira 13 é uma das  principais referência do terror slasher
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Halloween Kills: O Terror Continua chegou aos cinemas na última quinta

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Freaky - No Corpo de Um Assassino é comédia que brinca com o terror slasher

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Assim como Halloween, Pânico aparece como outra franquia de destaque entre o terror slasher (mesmo diferente) e que está de volta. Com estreia marcada para 2022, o quinto filme da franquia será o primeiro sem o diretor Wes Craven, mas terá o retorno de Neve Campbell como Sidney Prescott e Kevin Williamson, roteirista original da franquia como produtor executivo. Desta vez, a direção fica por conta da dupla Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillertt. Veja o trailer. 

Sagas de bastante sucesso do terror, Halloween e Pânico reacenderam de vez o interesse do público para esse estilo de filme. Com as novidades, ambas as franquias se tornaram assunto entre os internautas na última semana. Mas isso também significa um possível retorno do terror slasher após sua vitoriosa era em 1980? Marcelo Miranda explica que não.

“Acho que o que está em alta é a nostalgia de filmes específicos. Retomar Halloween 40 anos depois é retomar Halloween e não é retomar o slasher, o mesmo vale para o Pânico 5. Acho que chegamos em um momento em que essas franquias estão muito presentes no imaginário. As facilidades de assistir esses filmes hoje faz com que não só as gerações que viram esses filmes na época, mas também aquelas que descobriram agora, criem um carinho muito grande por esses filmes e isso é dinheiro. Isso estimula os produtores a retomarem essas franquias pelo olhar da nostalgia e por um olhar de atualização das franquias”, analisa o pesquisador.

Por fim, o crítico de cinema ressalta ainda, que a tendência do terror slasher é seguir uma linha parecida com a feita por Pânico, de modo que as novas produções que abordem o subgênero em suas histórias, sejam retratadas muito mais como uma forma de celebração e homenagem, do que propriamente um retorno. A exemplo da série American Horror Story, que tem o estilo como referência para a temporada 1984, e a série Slasher (2019), da Netflix. Além disso, nos últimos anos, algumas franquias também fizeram sucesso com derivações satíricas do slasher, como A Morte Te Dá Parabéns e Freaky – No Corpo de Um Assassino. 

“O retorno dessas franquias tem muito mais a ver com a força delas no imaginário, do que propriamente um retorno do slasher, até porque o slasher é um produto do seu tempo, é um produto dos anos 1980. Acho impossível ele ser reproduzido hoje. O que temos hoje são filmes que emulam, que às vezes fazem atualizações, mas você não faz hoje o slasher, porque ele vai estar sempre ligado para aquele momento”, disse.

“Acredito que Hollywood vai continuar buscando nostálgico afetuoso de algumas marcas uma maneira de continuar girando essa roda. Acho que nenhum estúdio está preocupado em subgêneros, mas sim em como uma marca afeta o emocional do público para que ela volte à moda e faça a economia continuar girando”, finaliza.

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