Globo de Ouro não terá público nem transmissão pela TV
Maior festa de Hollywood enfrenta crise de credibilidade após denúncias de racismo, sexismo, bullying e corrupção
atualizado
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A cerimônia do Globo de Ouro 2022, conhecido como a maior festa de Hollywood, será realizada no próximo domingo (9/1), sem público e sem mídia. A dinâmica é consequência da série de denúncias à intuição que organiza a premiação, por racismo, sexismo, bullying e corrupção.
Desde fevereiro de 2021, o evento enfrenta uma crise de credibilidade por causa da ausência de representatividade no rol de indicados e vencedores, escolhidos pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood. Por causa disso, plataformas (como a Netflix e a Amazon Studios) e até a NBC, emissora que transmite o evento, anunciaram que não participariam da premiação esse ano.
Em maio do mesmo ano, a NBC divulgou um comunicado cancelando a transmissão do evento. A gota d’água teriam sido e-mails enviados por Philip Berk, membro da HFPA, no quais ele declara que o Black Lives Matter é um “movimento racista de ódio”.
“Continuamos a acreditar que a HFPA está comprometida a uma reforma significativa. No entanto, mudança dessa magnitude leva tempo e trabalho, e sentimos fortemente que a HFPA precisa de tempo para fazer isso direito. Assim sendo, a NBC não vai transmitir o Globo de Ouro de 2022. Presumindo que a organização execute seu plano, temos a esperança de estar em uma posição para transmitir o evento em 2023”, explicou a emissora, na época.
Embora a associação tenha aprovado um pacote pedindo o aumento do número de membros em 50% para incluir mais jornalistas negros, além do controle de quem é admitido na associação, a Netflix e a Amazon Studios também retiraram seu apoio ao evento.
“Sabemos que há muitos membros bem-intencionados que desejam uma mudança real – e que todos nós temos mais trabalho a fazer para criar uma indústria igualitária e inclusiva. Mas a Netflix e muitos dos talentos e criadores com que trabalhamos não podem ignorar o fracasso coletivo da HFPA em abordar essas questões cruciais com urgência e rigor”, pontuou Ted Sarandos, um dos CEO’s da Netflix, em carta endereçada à associação.
Atores também se posicionaram, entre eles o astro Mark Ruffalo.“É desencorajador ver a HFPA, que ganhou proeminência e lucrou com seu envolvimento com diretores e atores, resistir à mudança que está sendo pedida por vários grupos que foram destituídos por causa de sua cultura de segredo e exclusão”, disse ele.