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Filme “Sully” narra história real de piloto que pousou avião em rio

Baseado em história real, o longa estreia em momento difícil para os brasileiros, que seguem de luto pela tragédia com a Chapecoense

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Warner Bros./Divulgação
Sully, filme
1 de 1 Sully, filme - Foto: Warner Bros./Divulgação

“Sully – O Herói do Rio Hudson” estreia nos cinemas da cidade no dia 15 de dezembro, em momento delicado para nós, brasileiros. Tanto que o lançamento estava previsto para 1º/12, mas foi adiado. O país ainda está de luto pela tragédia no voo da Chapecoense, deixando 71 mortos (entre eles, 19 jogadores e 20 jornalistas) e apenas seis sobreviventes. Baseado em história real ocorrida em janeiro de 2009, o filme dramatiza um acidente que pôde ser evitado.

Por essas frequentes imprecisões na tradução, “Sully” recebeu um subtítulo inadequado no Brasil. Vivido por Tom Hanks, o personagem-título sequer se considera um herói. E o filme trabalha para desconstruir essa mística: carrega direção do veterano Clint Eastwood, um mestre em fazer filmes que combinam emoção, precisão, sobriedade e dramaticidade.

Relembre o chamado “Milagre no Rio Hudson”
Dadas as devidas proporções, os americanos também viviam tempos difíceis à época. Era o auge da crise econômica iniciada em 2008. Pessimismo em escala nacional. Em 15 de janeiro de 2009, o piloto Chesley Sullenberger, o Sully, decolou do aeroporto de LaGuardia (Nova York), em voo com escala na Carolina do Norte e destino final em Seattle, na ponta oposta dos EUA.

Após três minutos no ar, as turbinas da aeronave se chocaram com pássaros (gansos canadenses). A colisão enfraqueceu os motores e fez o avião perder altitude. Sully e o copiloto Jeff Skiles (interpretado por Aaron Eckhart) avaliaram duas possíveis saídas: retornar ao LaGuardia ou tentar chegar ao aeroporto de Teterboro, em New Jersey, região metropolitana de Nova York.

A situação exigiu uma rápida leitura da situação, dos indicativos técnicos fornecidos pelos instrumentos e dos alertas da cabine e da torre de comando. Os pilotos decidiram pelo que parecia absurdo (ou cinematográfico, como queira), mas que se provou eficaz: sobrevoar o rio Hudson e, aos poucos, controlar a descida para pousar na água. Tudo isso quatro minutos após a falha dos motores.

Reprodução
Imagem real do acidente: 155 pessoas salvas, entre passageiros e tripulantes

 

Sully, herói ou irresponsável? Entenda a polêmica
A qualidade mais urgente do filme é como Eastwood registra o “milagre” como um esforço coletivo. E realizado por trabalhadores – não heróis. Sully foi o autor da manobra que evitou o pior. Mas, em terra, a agilidade de balsas de resgate, bombeiros, médicos e da própria tripulação do voo foi fundamental para socorrer as vítimas.

Afinal, fazia muito frio: sensação térmica entre -7º C e 2º C ao longo daquela tarde. Entre os feridos, alguns poucos precisaram ser hospitalizados e internados. Se tudo deu certo, então, qual a polêmica? O Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (sigla NTSB em inglês) abriu investigação para apurar se Sully poderia ter pousado com segurança em um dos dois aeroportos nas proximidades.

Os depoimentos do piloto ao conselho e as idas e vindas do caso formam a maior parte do filme. De um lado, os investigadores argumentaram com simulações: teria sido possível retornar ao LaGuardia. Sully defendeu o fator humano e o tempo necessário para tomar decisões. Por fim, o NTSB recuou de possíveis punições e valorizou o trabalho certeiro de todos os envolvidos. Do capitão aos socorristas.

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