Filme sobre Nise da Silveira atrai multidão para debate no FestRio
Glória Pires encanta a plateia com sua atuação na pele da médica que foi além da psiquiatria tradicional
atualizado
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Glória Pires, mais uma vez, arrancou elogios de quem a assistiu na tela. A atriz é a protagonista de “Nise – O Coração da Loucura”, exibido na quarta (7/10) no Festival do Rio. A sala do Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro ficou lotada para a sessão do longa de Roberto Berliner. Uma multidão queria ver e debater o filme sobre a dra. Nise da Silveira. Pouquíssima gente abandonou o debate que se seguiu à sessão.
Berliner contou como o projeto irrompeu em sua vida há 13 anos, proposto pelos irmãos Horta: Bernardo, que escreveu um livro sobre ela, e André, o fotógrafo. A filmagem foi há quatro anos – Glória Pires contou como fez depois as comédias “Linda de Morrer” e “Pequeno Dicionário Amoroso 2”.
Na abertura do filme, Glória chega ao Central Nacional de Psiquiatria, no Engenho de Dentro. Há um imenso portão de ferro. Ela bate, ninguém atende. Bate mais, quase arromba a porta de ferro. A situação é metafórica. Dra. Nise arrombou a psiquiatria tradicional.
Numa época em que lobotomia e choques elétricos eram considerados métodos científicos, ela propôs a grande novidade. Simplesmente olhar e escutar o outro. Lutou para que o “louco” deixasse de ser estigmatizado e fosse visto como gente. Berliner, autor de documentários como “A Pessoa É para o Que Nasce” e “A Farra do Circo”, não inventou nada. O filme é cuidado. A experiência do diretor como documentarista alimenta sua ficção.
Com informações da Agência Estado