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Filme O Clube das Mulheres de Negócios mostra suas garras em Gramado

Novo filme da diretora Anna Muylaert mistura sátira social com terror. O longa foi exibido no Festival de Gramado, nesse sábado (10/8)

atualizado

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O Clube das Mulheres de Negócios
1 de 1 O Clube das Mulheres de Negócios - Foto: Divulgação

Se as coisas fossem diferentes, é bem possível que seriam iguais. É o que parece implicar a nova comédia O Clube das Mulheres de Negócios, primeiro filme da competição principal exibido no Festival de Gramado, nesse sábado (10/8).

O gancho da proposta é que, no filme, os papéis de gênero estão trocados. São as mulheres que dominam o poder e os negócios, enquanto os homens cumprem tarefas domésticas, se exibem fisicamente e vivem vidas submissas. Isso não muda o mundo que vemos hoje, sendo que os personagens apenas trocaram de lugar, como num “Se Eu Fosse Você” distópico. É premissa que remete ao antigo ditado: poder absoluto corrompe absolutamente.

O jornalista recém-formado Candinho (Rafa Vitti) e o fotógrafo veterano Jongo (Luís Miranda) estão a caminho do country club de Cesárea (Cristina Pereira) para entrevistar um rol de mulheres poderosas. Vale listar o elenco fantástico: Irene Ravache, Louise Cardoso, Katiuscia Canoro, Grace Gianoukas, Polly Marinho, Helena Albergaria, Shirley Cruz, Ítala Nandi, Maria Bopp e Verônica Debom, entre outros. Elas interpretam políticas, donas de fazendas, advogadas, estrelas pop, bispas e armamentistas, todas com excesso de poder nas mãos. A estranheza que Jongo sente diante do grupo quase Illuminati cresce quando descobre que só estão na cobertura porque o colega Candinho é neto de Cesárea, líder do clã.

A diretora, produtora e roteirista Anna Muylaert, uma das vozes de destaque da filmografia nacional, é conhecida por suas histórias de crítica social, especialmente no já clássico Que Horas Ela Volta?, de 2015. No passado, tem deixado seus apontamentos sobre classe e poder no subtexto do diálogo e da trama, mas em O Clube das Mulheres de Negócio, ela parece ter afiado suas garras e partido para o ataque, transformando subtexto em texto.

É bem agressivo e remove a estrutura de uma trama que move os personagens, trocando-a por vinhetas muito bem construídas e cortantes. Tem cenas de assédio sexual, corrupção política e rivalidade econômica. Com os homens nos lugares das mulheres, muito se riu dentro da sala de cinema, mas com algumas trocas perto do final do filme, as risadas se tornaram desconfortos.

Um ponto de virada é uma subtrama envolvendo a fuga de três onças de suas jaulas. Em um primeiro momento vem com a expectativa de humor que logo se converte em terror, mudando a trajetória das personagens de uma maneira que incomodará alguns e aprofundará outros. É uma continuidade do tema de poder, aonde o ser humano tenta dominar a natureza, mas mostra sua pequenez e incompetência no momento de crise. Muylaert não é a única com as garras à mostra.

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