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Filme brasiliense finalista do Festival de Berlim fala sobre aborto

O curta-metragem As Miçangas oferece um debate sobre sentimentos que cercam aborto e concorre ao Urso de Ouro no Festival de Berlim

atualizado

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Foto: Joanna Ramos
uma mulher atrás da outra na cozinha enquanto elas se encaram sérias - metrópoles
1 de 1 uma mulher atrás da outra na cozinha enquanto elas se encaram sérias - metrópoles - Foto: Foto: Joanna Ramos

“Estamos levando um tema tão importante e delicado em nosso país, uma questão de direitos humanos e saúde pública: o aborto.” A fala da diretora de fotografia Joanna Ramos explica um pouco do que o público do Festival de Berlim vai conhecer em fevereiro com o curta-metragem As Miçangas. Com direção de Emanuel Lavor e Rafaela Camelo, a produção brasiliense concorre ao Urso de Ouro na 73ª edição do Berlinale. 

“O filme propõe uma reflexão sobre aborto dentro de um recorte sutil. A intenção não é só falar sobre como o aborto é comum e cotidiano a muitas mulheres, mas também refletir sobre culpa e fraternidade”, explicam os diretores. 

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O curta é dirigido por  Emanuel Lavor e Rafaela Camelo
A produção brasiliense fala sobre aborto
As Miçangas
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As Miçangas é finalista do Festival de Berlim

Foto: Joanna Ramos
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O curta é dirigido por Emanuel Lavor e Rafaela Camelo

Foto: Joanna Ramos
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A produção brasiliense fala sobre aborto

Foto: Joanna Ramos
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As Miçangas

Foto: Thais Mallon

Rafaela reforma ainda que optaram por trabalhar com sutilezas e passar a mensagem do curta com a criação de diferentes atmosferas. A técnica escolhida pela dupla funcionou e levou o filme para um dos principais festivais de cinema do mundo. 

“Ter o filme selecionado para o Festival de Berlim, e ainda sendo a primeira exibição dele, é sem dúvida uma grande honra. A gente sabe que é um lugar muito difícil de chegar, um festival que tem vários excelentes filmes”, analisa a diretora. Do outro lado, Lavor prefere manter as expectativas controladas, mas reconhece o peso da participação. 

“Ganhar um Urso de Ouro, acho que especialmente para cineastas como eu e a Rafa, que estamos nos preparando para gravar nossos primeiros longas, é um catalisador de trajetória dentro do cinema. É um reconhecimento muito importante, talvez um dos maiores que exista, mas, ao mesmo tempo, é algo que não me atrevo a pensar muito. Acho que se não acontecer, a gente vai seguir muito felizes com a oportunidade de estar ali.”

Sobre aborto e mulheres

Levar a discussão sobre aborto para as telonas não foi simples, mas contou com uma base de mulheres que mostram que o mercado cinematográfico também é para elas. Rafaela Camelo pontua que existe a ideia de ampliar a participação de mulheres nas áreas técnicas e criativas dentro do cinema, mas lembra que trabalhar na área ainda é difícil para elas.

“Esse filme, especificamente, tem a participação bastante grande de mulheres. É algo que a gente fala hoje com muito orgulho, que a gente teve uma equipe de câmera majoritariamente feminina, mas é algo que a gente não gostaria que fosse uma surpresa ou que fosse uma novidade.”

A diretora de fotografia do curta, Joanna Ramos, reforça que a porcentagem de mulheres nas áreas técnicas de câmera ainda é muito pequena. Por isso, ser parte da equipe de um produto que disputa o Berlinale é ainda mais importante.

“Poder representar as mulheres num festival desta escala é muito simbólico. Temos que tomar esses espaços que também são nossos”, defende. 

Novos rumos do cinema nacional

O cinema tem sofrido nos últimos anos com o enfrentamento da pandemia e os cortes de gastos na cultura feitos pelo governo de Jair Bolsonaro (PL). Mas, o diretor Emanuel Lavor acredita que a nova gestão do país pode mudar essa situação. 

“Acho que é muito especial ver filmes que estão fora do eixo conseguindo esse reconhecimento internacional. Então espero que a política pública para o cinema funcione de forma integrada, fluida e não hegemônica. Que o cinema deixe de ser atacado e passe a ser reconhecido como objeto de orgulho no nosso país.”

Concorrentes do Festival de Berlim

As Miçangas disputa dois prêmios no 73º Berlinale: Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem e Urso de Prata do Júri. A produção brasiliense também pode ser selecionada para o European Film Awards. Na concorrência estão outros 19 curtas de 12 países diferentes, veja a lista:

Alemanha
Mwanamke Makueni, de Daria Belova e Valeri Aluskina
The Waiting, de Volker Schlecht

Austrália
Marungka Tjalatjunu, de Matthew Thorne e Derik Lynch 

Áustria
Happy Doom, de Billy Roisz

China
Qin mi, de Cheng Yu
Wo de Peng Tou, de Zhang Dalei 

Croácia
Eeva, de Morten Tšinakov e Lucija Mrzljak

Espanha
La Herida Luminosa, de Christian Avilés

Estados Unidos
From Fish to Moon, de Kevin Contento

França
8, de Anaïs-Tohé Commaret
A Kind of Testament, de Stephen Vuillemin
Les Chenilles, de Michelle Keserwany e Noel Keserwany
Nuits Blanches, de Donatienne Berthereau

Países Baixos
Back, de Yazan Rabee

Reino Unido
Jill, Uncredited, de Anthony Ing
The Veiled City, de Natalie Cubides-Brady

Suíça
Ours, de Morgane Frund
Terra Mater – Mother, de Kantarama Gahigiri

Ucrânia
It’s a Date, de Nadia Parfan

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