Filme brasiliense é destaque em competição e será exibido pela Globo

Em busca de novos talentos do audiovisual espalhados pelo Brasil, a Globo Filmes lançou o projeto Telefilmes Regionais. Foram 130 roteiros inscritos e cinco selecionados pela curadoria artística de Selton Mello e Fabrício Mamberti. Entre os aprovados está o brasiliense Na Flor da Idade, que será filmado em 2021 e contará com produtores, autores, diretores e atores locais.

Com a proposta de fomentar a produção audiovisual para além do eixo Rio-São Paulo, o Telefilmes Regionais e mostrar a diversidade das regiões do país, com imagens que vão além dos cartões-postais. Com edições anuais desde 2016, o projeto viabiliza produções de cerca de 40 minutos, com participação ativa da empresa global em todas as etapas de desenvolvimento, do argumento ao corte final.

“É uma maneira de nós construirmos pontes. O Brasil tem produtores independentes muito capazes para o audiovisual, mas às vezes não conseguem entrar no mainstream. Esse tipo de iniciativa abre a oportunidade para que a gente possa ser testado e mostrar a nossa capacidade”, ressalta Getsemane Silva, roteirista do filme brasiliense.

Com direção de Mykaela Plotkin, Na Flor da Idade narra a história de Rosa e Lírio, duas pessoas da terceira idade que decidem se aventurar nos aplicativos de paquera. “São ferramentas muito utilizadas pelos jovens e que os mais velhos também começaram a embarcar. Me veio a ideia de brincar com o fato de que muitos mentem a idade e também não usam fotos atuais, e sim de quando eram mais jovens”, explica Getsemane.

Ao Metrópoles, Getsemane falou ainda sobre a experiência de criar uma história exclusiva para o Telefilmes Regionais. “Foi interessante e diferente do que nós, produtores independentes, estamos acostumados. Nesse caso, trabalhamos a partir de um público-alvo, para a audiência específica de um sábado à tarde da TV Globo”.

Novo olhar

A diretora Mykaela Plotkin celebra o novo olhar sobre a maturidade que o filme irá propor. “O que nos move a contar essa história é mostrar o tanto de vida que há nessa idade. Essa ideia de que a pessoa mais velha está paralisada à espera da morte é muito equivocada. É uma construção social”, ressalta.

Segundo ela, apesar dos personagens serem do “terceiro ato da vida”, a obra convida o público à reflexões de questões que independem da idade como as novas formas de se relacionar, através dos aplicativos de paquera, a construção da própria imagem e a vaidade, entre outros. “São conflitos que atravessam todas as idades. Isso é a grande joia do roteiro”, considera Mikaela.

Com carreira de mais de 13 anos, Mykaela já dirigiu a série de documentários Patrimônio Vivo: Na Estrada do Sempre, exibida na Rede Globo e o programa Leituras: Histórias da Literatura Angola, exibido na TV Pública Angolana (TPA).  Na Flor da Idade conta, ainda, com Tom Motta, como co-roteirista, e produção de Alisson Machado, da empresa Machado Filmes.