Filme Ainda Não é Amanha discute consequências do aborto para mulheres
Primeiro longa de Milena Times, Ainda Não é Amanhã explora a hiustória de Janaína, jovem de 18 anos que engravida
atualizado
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Rio de Janeiro (RJ) – O primeiro longa-metragem da pernambucana Milena Times, o filme Ainda Não É Amanhã, aborda um tópico sensível no Brasil: o aborto. Como a cineasta pontuou em entrevista ao Metrópoles, durante o Festival do Rio, o ato, apesar de não ser legalizado, é feito por várias mulheres em diferentes idades e classes sociais.
A história acompanha Janaína, que aos 18 anos se torna a primeira mulher da sua família a entrar na faculdade, cursando direito. A confusão começa quando ela descobre a gravidez e tem uma jornada mental para decidir se vai continuar ou não.
“Fez parte da construção da personagem pensar nessas camadas. Ela é estudante de direito, ela conhece bem a legislação e as implicações que determinadas decisões tem. Mas, ao mesmo tempo, a gente sabe que apesar de ser proibido, é uma prática recorrente e frequente. E a criminalização só faz com que seja uma prática insegura”, comenta a diretora.
Além do debate sobre a saúde mental da mulher e também o aborto, há um destaque para as relações femininas. “Era nosso desejo mostrar essa rede de mulheres. Eu parto muito de um olhar de que mulheres quando estão em situações críticas, a gente conta verdadeiramente uma com as outras”, afirma.
O que as mulheres querem
Na trama, Mayara Santos vive Janaína, que aos 18 anos se torna a primeira mulher da sua família a entrar na faculdade, cursando direito. A confusão começa quando ela descobre a gravidez e tem uma jornada mental para decidir se vai continuar ou não.
Apesar de, antes da produção não ter estudo muito o tópico aborto, ela começou a ter uma nova ideia sobre o assunto. “Nós, como mulheres, temos que escolher o que a gente quer para a nossa vida. A gente tem que ter controle do nosso útero”, comenta Mayara
Como a produção aborda vários aspectos da vida feminina, inclusive a relação entre si, Mayara conta que ouviu vivências diversas para interpretar a protagonista. “Fala sobre a narrativa de várias mulheres. Ouvimos muitas histórias”, completa.
A atriz define a exibição como uma “conquista”. A última vez que ela veio ao Rio de Janeiro foi aos 3 anos, de ônibus. Agora, a artista veio de avião, que foi outra estreia na vida dela: “Felicidade. Estou olhando tudo deslumbrada”.
* A repórter viajou a convite do Festival do Rio