Festival de Brasília exibe Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá nesta terça
O documentário cruza narrativas pessoais e históricas em uma conexão dos povos indígenas Tikmũ’ũn e Kaiowá pelo Brasil
atualizado
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O longa-metragem mineiro Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá, dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna, será exibido no Festival de Brasília nesta terça-feira (3/12), às 20h, nas RAs do Gama, Planaltina e Taguatinga, e às 21h, no Cine Brasília.
Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá narra a busca de Sueli Maxakali pelo pai, Luis Kaiowá, de quem foi separada durante a ditadura militar no Brasil. A obra acompanha a jornada de Sueli para reconstruir esse elo perdido e evidencia os desafios enfrentados pelos povos indígenas Tikmũ’ũn e Kaiowá na preservação de seus territórios e modos de vida.
“Esse filme mostra a nossa resistência na defesa das nossas terras verdadeiras. Mostra que a luta continua, apesar de quererem destruir os nossos direitos garantidos pela Constituição de 1988 com essa proposta do Marco Temporal, por exemplo. Mostra que o nosso povo é forte e nossos cantos estão vivos e nunca vão acabar.”
Luisa Lanna, uma das diretoras do filme, destacou também a importância das oficinas para cineastas indígenas na construção do filme.
“É imprescindível falar sobre eles pois tanto Isael e Sueli como eu e Roberto fomos formados enquanto cineastas no seio deste universo de prática, ensino e aprendizado que acontece no interior das comunidades indígenas. As diretoras assistentes Daniela e Michele Kaiowá também.”
A produção traz a questão da ditadura como uma das temáticas quando conta a história de Luis, pai de Sueli, que foi testemunha ocular das atrocidades cometidas pelos policiais militares à frente do comando da Funai na época. Para Roberto Romero, ter Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá em evidência ao mesmo tempo de Ainda Estou Aqui é importante.
“Que bom que o filme vem à público ao mesmo tempo em que o tema dos crimes da ditadura foi colocado em evidência por Ainda Estou Aqui e que detalhes das iniciativas golpistas do último governo brasileiro são escancarados. Acreditamos que o nosso filme pode se somar a esta onda lembrando aos brasileiros que os indígenas foram algumas das principais vítimas dos crimes cometidos pela ditadura militar no Brasil”, afirmou ele.
Festival de Brasília
O 57º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro acontece entre os dias 30 de novembro a 7 de dezembro no Cine Brasília e nos complexos culturais do Gama, Planaltina e Taguatinga.
A mostra competitiva nacional terá ingressos a partir de R$ 10 no Cine Brasília, enquanto as demais exibições são gratuitas.
Programação de terça-feira – 3 de dezembro
Curtas
Caravana da Coragem (DF), de Pedro B. Garcia
Nada (DF), de Adriano Guimarães
A Sua Imagem Na Minha Caixa De Correio (DF), de Silvino Mendonça
Deus Não Deixa (RJ), de Marçal Vianna
Entre Sonhos e Barracos (MG), de Arthur Quadra, Carol Alves, Gabriel Pimenta, Giovanna Moraes, Marcelle Won Held, Maria Julia Max, Micaella Matias e Tainá Lima
Queda (MG), de Pedro D’Melo e Arthur Assis
No Avesso do Espelho (SP), de Beatriz Sampaio
Monalisa (MG), de Tainá Lima
Sagrada Travesti do Evangelho (GO), de Júlia F. Cândida
Manchas de Sol (RS), de Martha Mariot
Retorno (DF), de Arthur Paiosi
Eu Faço Loucuras Por Você (SP), de Gabriela Queiroz
Compram-se Memórias e Cartas de Amor (SP), de Cristina Neves e Ruan Bertuce
Confluências (DF), de Dácia Ibiapina
Mar de Dentro (PE), de Lia Letícia
Longas
Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá (MG), de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna
Ausente (MG), de Ana Carolina Soares
Trópico de Leão (SP), de Luna Alkalay
Serviço
Exibição de Yõg ãtak: Meu Pai, Kaiowá
Terça-feira (3/12), às 20h nas RAs do Gama (Cia Lábios da Lua), Planaltina (Complexo Cultural) e Taguatinga (Faculdade Estácio, Pistão Sul), e às 21h na Sala 1 do Cine Brasília (EQS 106/107) — esta com exibição com legendagem descritiva e audiodescrição ao vivo. Ingressos a R$ 10 nas bilheterias dos espaços. Classificação: livre