metropoles.com

Festival de Brasília abre espaço para mulheres nesta segunda

O longa e o curta da noite destacam protagonistas femininas

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
cafecanela
1 de 1 cafecanela - Foto: Divulgação

Nesta segunda (18/9), a terceira noite de competição do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro é dedicada às mulheres. Duas películas, um curta e um longa, apresentam os amores, as dores e as angústias de protagonistas femininas.

O curta alagoano “As Melhores Noites de Varoni”, dirigido por Ulisses Arthur, abre a sessão competitiva, marcada para começar às 21h no Cine Brasília (EQS 106/107 Sul). As sessões nas regiões administrativas começam uma hora antes, às 20h. A solidão de sua protagonista, causada pela ausência do marido, é atenuada pelas passeios noturnos pela cidade.

Em seguida, a tela de exibição do cinema recebe um mosaico de histórias de várias mulheres moradoras do Recôncavo da Bahia. O longa-metragem baiano “Café com Canela” propõe-se a apresentar o cotidiano de suas protagonistas, mescladas . O filme é a estreia na direção da dupla de diretores Ary Rosa e Glenda Nicácio, dois cineastas locais formados na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

A trama entrelaça histórias de cumplicidade entre mulheres moradoras de cidades do Recôncavo baiano. O destaque da produção é a formação de elenco majoritariamente negro, elemento raro no cinema brasileiro até os dias atuais. Estão na fita, as atrizes e atores Valdinéia Soriano, Aline Brunne, Babu Santana, Aldri Anunciação, Arlete Dias, Guilherme Silva, Antônio Fábio, Dona Dalva Damiana de Freitas e Michelle Mattiuzzi.

Confira a entrevista com os cineastas:

O filme trata de questões cotidianas de um grupo de mulheres do Recôncavo da Bahia mesclado com mensagens sobrenaturais. Trata-se de um híbrido entre gêneros?
Ary: Assim como a vida, “Café com Canela” se propõe a trafegar pelos diversos “gêneros” do próprio cotidiano: seus dramas, comédias, sonhos fantásticos. Dores, prazeres, devaneios e fé estão sempre indo e vindo nessa narrativa que se propõe a ser particular e universal.

Glenda: São personagens passíveis à dor e à alegria, seguindo o fluxo da própria vida. Envolvendo os caminhos e os destinos, está a presença de Oxum, orixá da fertilidade, das águas doces, que invade as vidas das personagens e revela o que está oculto.

A falta de bons papéis de destaque estrelados por atrizes negras é uma crítica antiga feita ao cinema brasileiro. Por que os roteiristas pouco se interessam em retratar histórias sobre essas mulheres?
Ary: Realmente a representação de mulheres negras no cinema é algo que está muito distante da real representatividade que elas têm na sociedade brasileira. O filme acaba ganhando contornos políticos e discursivos importantes e que deveriam estar na pauta de quem produz audiovisual no Brasil.

Glenda: Poucas são as narrativas dedicadas a desenvolver personagens femininos autênticos, como protagonistas de suas histórias, e não a mercê de construções clichês que só reafirmam um estereótipo criado para a representação do gênero feminino. Se pensamos então na atuação das mulheres negras, a realidade é ainda mais lastimável. É como se essas mulheres não existissem no cinema. Mas elas existem e resistem sim.

Como foi feita a preparação de atores e a construção dos personagens feito em parceria entre atores/diretores?
Ary : Os atores, em sua maioria experientes em teatro e audiovisual, foram bastante generosos com dois diretores iniciantes. Em geral, foi uma experiência de troca e muito profissionalismos de ambas as partes.

Glenda: O elenco foi se afinando durante o próprio processo de realização. Talvez porque “Café com Canela” propunha, no seu processo de produção, uma imersão na comunidade local, criou:se um movimento de troca, seja entre elenco e direção, seja entre elenco e população. Os personagens pulsavam espalhados entre os moradores da cidade.

Mostra Competitiva do 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Com exibição dos longa-metragem “Café com Canela”, de Ary rosa e Glenda Nicácio e do curta-metragem “As Melhores Noites de Veroni”, de Ulisses Arthur. Sessão às 21h, no Cine Brasília. Entrada: R$ 12 e R$ 6 (meia). Não recomendado para menores de 12 anos

Sessões simultâneas, às 20h, no Teatro da Praça (Taguatinga) Espaço Semente (Setor Central – Gama), Teatro de Sobradinho e Riacho Fundo (em frente à Administração). Entrada franca

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?