Festival de Brasília: A Sombra do Pai é trama de fantasma em família
Diretora do recente terror O Animal Cordial, Gabriela Amaral Almeida acompanha garotinha que sonha em trazer a mãe de volta dos mortos
atualizado
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Um mês após a estreia do terror O Animal Cordial, Gabriela Amaral Almeida lança no 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro o filme de assombração A Sombra do Pai, seu segundo longa como diretora. Ambientada na periferia de São Paulo, a produção será exibida nesta quinta (20/9).
Na trama, a garotinha Dalva é fã de filmes de terror e tenta trazer a mãe de volta dos mortos. O pai, Jorge, anda adoentado e sofre um novo baque na vida após a morte de um amigo em um acidente de trabalho.
“É uma história de assombração muito ligada à condição social dos personagens. Uma menina que cresce praticamente sozinha, com dificuldades de acessar o pai, homem que traz sustento aos trancos e barrancos. É esse tipo de horror que habita a casa”, aponta a cineasta, dona de dois curtas premiados em Brasília.
Estátua! (2014) venceu troféus de melhor atriz (Maeve Jinkings), roteiro e crítica, enquanto A Mão que Afaga (2012) recebeu o Candango de melhor montagem. Ganhador do prêmio de melhor ator (Murilo Benício) no Festival do Rio, O Animal Cordial “furou a fila” na trajetória da baiana radicada em São Paulo.
A Sombra do Pai era para ser o primeiro longa dela, mas ficou para depois por atraso na liberação de recursos de edital. Acostumada a passar filmes em Brasília, Gabriela acredita que a capital federal é o lugar certo para lançar a obra.
É o lugar onde eu queria mostrar o filme. Principalmente faltando pouco tempo para as eleições. É um lugar onde se discute estética e arte de forma profunda, como ela reflete o tempo. Considero decisivo para minha percepção de mim como artista. E (a cidade) também há de fornecer muitas respostas. Brasília interage muito com os filmes. Isso vai me alimentar muito nas próximas obras, para continuar na resistência através do artístico
Gabriela Amaral Almeida, diretora
Curtas da noite
Em sessão dedicada a filmes dirigidos por mulheres, dois curtas também serão projetados no Cine Brasília. Única animação entre os concorrentes ao Candango, Guaxuma narra uma história de amizade ambientada em uma praia nordestina.
A assinatura é da multipremiada alagoana Nara Normande, vencedora do Festival de Gramado pelo trabalho animado e dos prêmios de filme e direção no Festival de Brasília por Sem Coração (2014), correalizado por Tião.
Um ano depois de exibir o longa Baronesa em mostra paralela do festival, a diretora Juliana Antunes volta ao evento com o curta Plano Controle.
A trama acompanha Marcela, uma jovem ansiosa para desbravar o mundo. Mas ela descobre que o serviço de teletransporte da sua operadora oferece dados limitados para as viagens.
51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro
Nesta quinta (20/9), no Cine Brasília (106/107 Sul). Mostra Competitiva: às 21h, Plano Controle (MG, 16min, 12 anos), Guaxuma (PE, 14min) e A Sombra do Pai (SP, 90min, 16 anos). Preço: R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia). Valores sujeitos a alterações sem aviso prévio. Informações: (61) 3244-1660 ou festivaldebrasilia.com.br