Família é atormentada por magia negra em “A Bruxa”
Ambientado no século 17, terror descreve crises de uma família rodeada por um sinistro bosque
atualizado
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A última informação que surge na tela ao fim de “A Bruxa” é que o filme foi baseado em relatos pastoris de jornais e registros do século 17 e que até certos diálogos surgiram desses escritos. Bem, a preocupação em exalar uma superfície de relato histórico talvez sirva para explicar por que o longa tem encantado parte da crítica internacional e irritado fãs de terror.
Numa rápida introdução, o diretor estreante Robert Eggers mostra uma família sendo expulsa de uma comunidade religiosa na Nova Inglaterra (EUA), na década de 1630. William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie), naturais da Inglaterra, sofrem uma espécie de exílio-dentro-do-exílio.
Agora, vivem numa pequena fazenda infrutífera cercada por um bosque com os cinco filhos: os gêmeos Jonas (Lucas Dawson) e Mercy (Ellie Grainger), Caleb (Harvey Scrimshaw), Thomasin (Anya Taylor-Joy) e o bebê Samuel. O neném desaparece misteriosamente, carregado por uma figura de capuz algo diabólica.
Ambientação sinistra, narrativa afetada
A partir daí – após uns 10 minutos de filme –, Eggers desacelera e começa a narrar o desmantelamento de uma família atormentada pela paranoia e pelo horror ao que existe lá fora.
Essa premissa de um conto folk sobre inocência e delírio, alimentada pela máxima cristã de que todos nascem pecadores, torna “A Bruxa” um filme igualmente espectral e exibido: a tal bruxa é vista em um outra cena misteriosa e timidamente sangrenta, enquanto a história se desenrola à maneira de um drama de época sobre antigas lendas.
Todos os princípios do gênero estão aqui – possessão, suspiros, rangidos, um bosque sombrio, uma casa de luzes fugidias, crianças estranhas e pais inseguros. Mas tudo isso é embalado num pretenso produto de arte que comete o pior dos pecados: não quer parecer um filme de terror.
Avaliação: Regular
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