1 de 1 oito mulheres e um segredo 5 sandra bullock cate blanchett
- Foto: Divulgação/Warner Bros. Pictures
Em pesquisa recente, realizada pela Creative Artists Agency (CAA – Agência de Economia Criativa, em tradução livre) e pela empresa de tecnologia Shift7, o mito de que filmes protagonizados por mulheres só dão prejuízo caiu por terra. De acordo com o estudo, em todas as faixas de orçamento, as produções lideradas por personagens femininas lucram mais.
Foram analisados 350 filmes lançados entre janeiro de 2014 e dezembro de 2017. Destes, 105 listavam mulheres primeiro na divulgação e nas notas à imprensa. O estudo dividiu as produções em cinco categorias de orçamento – abaixo de US$ 10 milhões, entre US$ 10 milhões e US$ 30 milhões, entre US$ 30 milhões e US$ 50 milhões, entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões, e acima de US$ 100 milhões. Em todas as faixas, as atrações com protagonistas femininas tiveram melhor desempenho nas bilheterias que aquelas com homens nos papeis principais.
Salta aos olhos o fato de que a diferença de lucro é maior nas categorias de filmes mais caros. Entre os que custaram de US$ 50 milhões a US$ 100 milhões, a bilheteria mundial de longas liderados por mulheres teve uma média de US$ 318 milhões de lucro, contra US$ 243 milhões em histórias com homens como protagonistas.
Na faixa seguinte, dos filmes com US$ 100 milhões ou mais de orçamento, a média de lucro em títulos com mulheres foi de US$ 586 milhões, em contraponto à média “masculina”: US$ 514 milhões de lucro.
Veja alguns filmes protagonizados por mulheres lançados em 2018:
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Em Oito Mulheres e um Segredo, um grupo de ladras com diversas especialidades se reúne para um grande roubo no Met Gala, em Nova York. Com elenco diverso, o filme foi um dos mais aguardados do ano
WARNER BROS./DIVULGAÇÃO
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Cotado ao Oscar 2019, Roma, novo filme de Alfonso Cuarón acompanha trajetória de uma babá mexicana no início da década de 1970. O longa é a principal aposta da Netflix para a temporada de premiações e já levou o Festival de Veneza para o streaming
Netflix/Divulgação
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Em Bird Box, Sandra Bullock vive uma mãe que tenta manter a si mesma e os dois filhos vivos durante o apocalipse, em que as pessoas começam a se matar por nenhum motivo aparente. O longa original da Netflix foi muito elogiado pela crítica
Netflix/Divulgação
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O remake Nasce Uma Estrela levou legiões de fãs de Lady Gaga ao cinema e pode garantir à cantora seu primeiro Oscar. O filme conta a história de uma cantora amadora que conhece o astro Jackson Maine (Bradley Cooper): enquanto a carreira dela decola, a dele afunda
Neal Preston/Warner Bros. Entertainment Inc./Ratpac-Dune Entertainment LLC
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As Viúvas é o remake de uma série inglesa dos anos 1980. Repensado pelo diretor Steve McQueen, o filme é um clássico blockbuster, com pílulas de crítica social e um elenco bastante diverso, liderado por Viola Davis
Divulgação
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O brasileiro As Boas Maneiras é um filme de horror protagonizado por duas mulheres: Ana (Marjorie Estiano) e Clara (Isabél Zuaa). O longa trata da história de uma mãe de primeira viagem e da babá contratada para ajudá-la. As desigualdades sociais entre as duas é o mote
RUI POÇAS/DIVULGAÇÃO
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Dirigido por Ava Duvernay e com Storm Reid no papel da protagonista, Uma Dobra no Tempo foi aplaudido na indústria por sua inquestionável representatividade. Além de ter uma menina negra à frente da história, o longa conta com Oprah Winfrey, Reese Witherspoon e Mindy Kaling
Walt Disney Pictures/Divulgação
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Prelúdio de Transformers, o filme Bumblebee é um exemplo ideal de como renovar uma franquia que começava a parecer enferrujada: o principal ingrediente é a protagonista vivida por Hailee Steinfeld. Ter uma garota na liderança suavizou a masculinidade tóxica clássica no estilo
Paramount/Divulgação
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Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo é uma exceção à regra de que continuações são piores que o original. Com foco na trajetória de sua protagonista, Donna (Meryl Streep/Lily James), o filme é alto-astral e mostra a força de uma mulher para construir a própria história
UNIVERSAL PICTURES/DIVULGAÇÃO
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Com atuação poderosa de Grace Passô, o brasileiro Praça Paris foi destaque no Festival do Rio 2017 e muito elogiado pela crítica. O longa conta a história de uma terapeuta e sua paciente e as diferenças sociais entre as duas classes representadas
Um grande trunfo de Um Pequeno Favor é seu elenco diverso. Além de figurar duas mulheres nos papeis principais, o filme ainda traz um casamento interracial, bem como personagens gays e não-brancos
Divulgação
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Desobediência conta a história de uma judia renegada (Rachel Weisz) que volta para casa para o funeral do pai. Ela faz par romântico com uma amiga de infância (Rachel McAdams): o filme é um intenso embate entre a liberdade de ser e o dever para com a comunidade e a família
FILM 4/DIVULGAÇÃO
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Com uma trama menos concentrada no aspecto justiceiro da personalidade de Lisbeth Salander (Claire Foy), Millenium: A Garota Na Teia de Aranha se concentra no passado da protagonista e na complicada relação de Lisbeth com sua irmã, Camilla (Sylvia Hoeks)
COLUMBIA PICTURES/DIVULGAÇÃO
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Outro longa da Netflix, Felicidade Por um Fio discute temas que toda mulher de cabelo cacheado conhece bem. Sobretudo, o filme acompanha a transição capilar e psicológica da protagonista, Violet (Sanaa Lathan)
Netflix/Divulgação
Teste de Bechdel
Para a produtora de cinema Amy Pascal, uma liderança no movimento #MeToo, a pesquisa mostra que as coisas estão mudando na indústria. “Esta é uma prova poderosa de que as audiências querem ver todos representados na tela. Os figurões de Hollywood precisam prestar atenção nisso”, avalia.
O estudo também abordou a performance de filmes que passam no Teste de Bechdel – um crivo que avalia se o longa tem mais de uma personagem feminina com nome e se elas conversam entre si sobre algum assunto que não seja um homem – contra os que falharam. O desempenho das produções inclusivas foi melhor: desde 2012, todos os filmes que tiveram lucro superior a US$ 1 bilhão passaram no teste.
Mulheres compõem metade da bilheteria nos cinemas, e ainda assim existe uma presunção na indústria de que filmes liderados por mulheres tinham, de maneira geral, menos sucesso. Descobrimos que os números não sustentam essa máxima