Especial da Globo “Meio Expediente” traz produção feita em Brasília
Obra será transmitida em rede nacional e mostra a história de um servidor público que ficou de fora de um bolão premiado na repartição
atualizado
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A Rede Globo inovou, neste fim de ano, e produziu seis especiais regionais com temas que valorizam diferentes cidades e suas peculiaridades. Este mês, vão ao ar cinco produções inéditas. A primeira estreou no último domingo (10/12) – “Reginaldo Rossi: Meu Grande Amor”, com foco na audiência do Nordeste –, e “Meio Expediente” (Distrito Federal), “O Natal de Rita” (Minas Gerais), “Felipa e o Foguete” (Goiás) e “Guerra da Tapioca” (Ceará) serão exibidas no dia 23. Além dessa programação, a emissora exibirá para todo o Brasil, no próximo dia 27, “Amor ao Quadrado”, história em que a capital federal serve como pano de fundo para um enredo cheio de descobertas e reencontros. A produção, roteiro, direção e elenco são locais.
O média-metragem “Meio Expediente” traz como protagonista Jairo (Edu Moraes), um chefe introspectivo, pouco querido pelos funcionários de uma repartição pública da cidade. Em um típico bolão de fim de ano da Loteria Federal, o superior não é chamado para participar da aposta e acaba fora da divisão do prêmio de R$ 90 milhões. A jornada do personagem começa, então, quando ele tem de encarar o espaço de trabalho vazio e só encontra os funcionários que, por algum motivo, também não tinham o bilhete premiado.
“Meio Expediente” foi escrito por Davi Mattos e Santiago Dellape (também diretor), com preparação de elenco por Sérgio Sartori. O Metrópoles conversou com o ator Edu Moraes sobre a trama:
Como foi fazer o Jairo?
Foi uma maravilha, porque ele é um sujeito muito diferente de mim. Ele é muito fechado, sem traquejo social, não tem habilidade de se socializar com as pessoas. Um sujeito que só aparece para dar ordem.
Como surgiu a oportunidade?
A oportunidade surgiu porque eu já trabalho com o Santiago (diretor) há um bom tempo. Fizemos o filme “A Repartição do Tempo”, que entra em cartaz no dia 25 de janeiro. O clima de filmagem foi, inclusive, muito bom, porque somos todos de Brasília. Já trabalhamos juntos, e aí essa parceria está rolando tem um bom tempo.
Qual a importância dessa produção para o cenário do audiovisual brasiliense?
Acho importantíssimo que um veículo de comunicação grande como a Globo tenha iniciativa de produzir conteúdo local. A equipe é toda brasiliense, o filme é rodado todo no Distrito Federal. Filmamos não só no Plano Piloto, mas também nas regiões administrativas, como em Taguatinga, Sobradinho, Varjão e Núcleo Bandeirante.
Isso é muito bom, porque estamos acostumados a ver Copacabana, Leblon, cenários do Rio de Janeiro. Desta vez, o público vai ver o Eixão, a avenida comercial de Taguatinga, a Epia de Sobradinho.
Edu Moraes, ator
E como você acredita que está o cenário do cinema de Brasília?
Tem muitas produções boas sendo feitas por aqui. De uns 10 anos para cá, a produção do audiovisual brasiliense aumentou muito. São equipes especializadas e com bons profissionais que a cidade formou. Com este especial, os olhares acabam se voltando para cá. Acho que o cenário é positivo e está melhorando.
O “Meio Expediente” será o único especial regional a ser exibido em rede nacional. Como você vê essa notícia?
Fiquei muito feliz com essa história. Será uma grande exposição para o trabalho – para o meu trabalho, particularmente – e excelente para Brasília. Nós vamos apresentar uma produção de qualidade e que não deve nada para o circuito Rio/São Paulo.
Por fim, o que você faria se ganhasse R$ 5 milhões no bolão da firma?
(Risos) Uma lição que aprendi com esse filme é nunca ficar de fora do bolão. Eu iria viajar o mundo, ajudaria uma porção de gente, acho que isso.
