Em Army of the Dead, Zack Snyder afirma que quis “modernizar zumbis”
Em entrevista ao Metrópoles, diretor comentou sobre a nova produção que leva assinatura e estreia nesta sexta-feira (21/5)
atualizado
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Se a primeira imagem que vem à cabeça ao pensar em um filme de zumbi são seres apáticos vagando nas ruas à procura do “carne fresca”, é hora de rever conceitos. Em Army of The Dead: Invasão em Las Vegas, novo filme do diretor e roteirista Zack Snyder, a narrativa já conhecida do público ganha contornos diferentes. Não apenas pela forma como esses personagens se apresentam, mas também pela maneira como ele conduz a narrativa.
“Minha ideia era modernizá-los”, explicou, em entrevista à imprensa internacional e a qual o Metrópoles participou. A trama estreia nesta sexta-feira (21/5) e promete agradar aos fãs do gênero. Para isso, é necessário, antes, o exercício de esquecer os zumbis magrelos e sem energia outrora vistos em Hollywood. Aqui, Snyder os coloca em um confronto com altas doses de ação e detalhes “sangrentos”, como cabeças esmagadas, miolos espalhados e ossos quebrados, tudo em busca de uma diferente “zona de conforto”, segundo ele.
Conhecido por produções como Madrugada dos mortos (2004), Watchmen – O Filme (2009), Batman vs Superman: A origem (2016) e, mais recentemente, Liga da Justiça (2021), Zack dividiu as criaturas em dois grupos, alfas e trôpegos, que carregam características próprias.
Foi na produção na qual estreou no universo cinematográfico, aliás, que Snyder se inspirou para tirar do papel a mais recente trama, já disponível no catálogo da gigante do streaming.
O objetivo, reforçou, era testar os limites dessa narrativa, e saber “o quão longe ele poderia ir”. Em comum com outros primos do gênero, está a vontade de mostrar quem são, na verdade, os reais “monstros” da história mundial, em uma metáfora sobre a condição e natureza humana. “Fiz tudo isso pensando de uma perspectiva diferente”, contou, animado com o lançamento em meio às incertezas provocadas pela pandemia de Covid-19 na indústria do cinema.
Inspiração na família
Traumas pessoais também dão o tom de Army of the Dead, como a morte de Autumn, sua filha de apenas 10 anos, em 2017. “Trata-se de um filme sobre o relacionamento entre pais e filhos”, conta. Snyder tem outros sete “rebentos” e afirma que parte das cenas mais emotivas da trama foram livremente “extraídas” da convivência com eles. Enquanto a paternidade o guia em alguns momentos, em outros entra em cena seu bom humor e sacadas com teor político.
No enredo, o protagonista Scott Ward (o ex-lutador de MMA Dave Bautista) reúne um grupo de mercenários e precisa “resgatar” US$ 200 milhões de um cofre de um cassino em Las Vegas, a pedido de um bilionário, antes que a cidade seja totalmente destruída. Com um pequeno detalhe: o paraíso americano, agora apenas um cenário pós-apocalíptico, está repleto de zumbis (e protegido por um enorme muro, em uma crítica às decisões anti-imigratórias do ex-presidente Donald Trump).
Vem aí
Além do longa, também foi disponibilizado na Netflix um doc com os bastidores do filme. Creating an Army of the Dead (Criando um exército de Mortos, em tradução do inglês) tem 30 minutos e conta com depoimentos do elenco, no qual aparecem estrelas como Wesley Coller, Ella Purnell, Omari Hardwick, Ana De La Reguera, Theo Rossi e, é claro, Dave Bautista.
Futuramente, a produção ganhará uma continuação em uma série de animação, ainda sem data de lançamento.
Assista ao trailer: