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“É faroeste incidental”, diz diretor de “Comeback”, com Nelson Xavier

O filme, que estreia nesta quinta-feira (25/5), foi rodado em Anápolis, interior de Goiás

atualizado

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1 de 1 comeback nelson xavier - Foto: O2 Play/Divulgação

O filme “Comeback – Um Matador Nunca se Aposenta” tem despedida e revelação. Em um de seus últimos papéis, Nelson Xavier, que partiu em 10 de maio deste ano, vive o pistoleiro aposentado Amador. O homem tenta sobreviver no ramo pouco atraente de caça-níqueis – ele loca, entrega e repara. Do outro lado da câmera, Érico Rassi dirige o primeiro longa de ficção da carreira.

Premiado com o troféu de melhor ator no Festival do Rio 2016 pelo papel de Amador, Xavier se aproximou do personagem desde que conheceu o projeto. “A gente sempre quis ele”, conta Rassi, de 45 anos.

“Mandamos o roteiro, ele gostou muito e no outro dia respondeu aceitando participar. Comprou várias brigas para filmar durante 40 dias em Anápolis. Teve que mexer em agenda, conciliar com novela e a doença [câncer], já em tratamento. Realmente não ligava muito para dificuldades ou até cachê”, lembra o cineasta.

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Nelson Xavier ao lado do diretor Érico Rassi

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Um faroeste no Centro-Oeste
Com um orçamento que não passou de R$ 500 mil, entre recursos próprios e de editais, “Comeback” é classificado por Rassi como um “faroeste incidental”. “Acho que o elemento mais forte é essa coisa de poder e ordem não completamente instituídos no local. Uma terra sem lei”, explica.

O filme busca inspiração no western, gênero do cinema americano, para desbravar outras paragens e temperamentos: o Centro-Oeste interiorano, o Cerrado, um Brasil esquecido pela lei, angústias geracionais e uma temperatura de comédia, tragédia e suspense.

Rassi procurou investir no visual de “Comeback”. Ele, radicado em São Paulo há dez anos, preferiu filmar em Anápolis do que “uma periferia requentada paulistana ou carioca”. “É minha cidade natal, então tivemos facilidades, apoios logísticos, acesso a locações. E a gente queria mostrar uma periferia de Centro-Oeste, de cidade do interior”.

Se os westerns rareiam até em Hollywood – os mais recentes foram o remake “Sete Homens e um Destino” e, forçando a barra, “Logan” –, eles pouco aparecem no cinema brasileiro. “Aqui é um lugar propício geográfica e visualmente. Acho que o Brasil perde a oportunidade de explorar seus rincões”, lamenta Rassi.

O diretor é, de fato, fã do gênero: do mestre John Ford (“tudo que ele fez”) aos faroestes existenciais de Monte Hellman, passando pelos clássicos “Os Brutos Também Amam” (1953) e “Os Imperdoáveis” (1992), “o último grande western”.

Após “Comeback”, Rassi já pensa no próximo projeto. “Oeste Outra Vez” também será ambientado no interior do Centro-Oeste e tem roteiro pronto. “Esse sim é um western mais puro, mais de gênero”, adianta o diretor.

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