metropoles.com

Diretores defendem filmes atuais sobre casos da ditadura militar

A ditadura militar, uma dos períodos mais críticos da história do Brasil, é amplamente explorado em filmes e série no Brasil

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação
Imagem do filme Zé, sobre ditadura militar - Metrópoles
1 de 1 Imagem do filme Zé, sobre ditadura militar - Metrópoles - Foto: Divulgação

Desde o seu descobrimento, em 1500, o Brasil contou com diversos momentos importantes em sua história, como a independência ou a abolição da escravidão. No hall desses acontecimentos, um deles marcou profundamente a parte moderna do país: trata-se da ditadura militar, instaurada com o golpe em 1º de abril de 1964, que parmeneceu no poder por 21 anos.

A didtadura militar, que acabou em 1985, é talvez o evento traumático da história brasileira mais retratado na cultura, seja em livros, séries ou filmes. Apenas nos últimos anos, o tema foi explorado no cinema, na televisão e nas plataformas de streaming, em produções como Marighella (2019), O Pastor e o Guerrilheiro (2022), e os recentes Zé (2024) e Ainda Estou Aqui (2024). Ainda nos próximos meses, chegará às telonas a cinebiografia de Honestino Guimarães, estudante da Universidade de Brasília (UnB).

A lista de “filmes da ditadura” inclui outras produções de sucesso, como O Que é Isso, Companheiro?, de Bruno Barreto, que foi indicado ao prêmio de Melhor Filme Internacional (acabou perdendo para Karakter, de Mike van Diem, da Holanda), Lamarca (1994), O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), O Dia que Durou 21 Anos (2012) e ou a minissérie Anos Dourados (1986).

9 imagens
Erasmo Dias, coronel da ditadura militar
Manifestação do movimento negro durante a ditadura militar
Familiares e vítimas da ditadura realizam ato contra aquele regime, na Praça Três Poderes
Assim como outros jovens da época, ele era repleto de sonhos e manteve uma vida na clandestinidade, para não ser pego pelos militares, enquanto lutava por um Brasil melhor
1 de 9

Cena da ditadura militar pelas lentes do fotógrafo Orlando Brito

Reprodução/Orlando Brito
2 de 9

Antonio Cruz/Agência Brasil
3 de 9

Erasmo Dias, coronel da ditadura militar

Divulgação / Libelu: Abaixo a Ditadura
4 de 9

Manifestação do movimento negro durante a ditadura militar

Arquivo Público/Senado Federal
5 de 9

Familiares e vítimas da ditadura realizam ato contra aquele regime, na Praça Três Poderes

Igo Estrela - Metrópoles
6 de 9

Assim como outros jovens da época, ele era repleto de sonhos e manteve uma vida na clandestinidade, para não ser pego pelos militares, enquanto lutava por um Brasil melhor

Divulgação
7 de 9

nspirado no livro homônimo, do escritor Samarone Lima, a produção conta a história do jovem José Carlos Novais da Mata Machado, que desafiou as regras da época

Divulgação
8 de 9

Zé foi um dos líderes do movimento estudantil contrário à ditadura civil-militar brasileira e dirigente da Ação Popular Marxista-Leninista

Divulgação
9 de 9

Filme Zé retrata trajetória de um estudante contra a ditadura militar

Divulgação

Filme Zé e histórias sobre a ditadura

Com a chegada de obras recentes sobre o filme, acendeu-se o debate sobre a pertinência ou não em se falar do tema – já que o país vive um período democrático que já dura 39 anos. Rafael Conde, o diretor de Zé, longa sobre o líder do movimento estudantil José Carlos Novais da Mata Machado, lançado em 2024, acredita que a ditauda precisa ser explorada no audiovisual para não “voltar”.

“A cada vez que a gente retorna a esse tema, é sobre um ângulo diferente e, principalmente, em tempos atuais diferentes. Isso reflete muito na forma que a gente vai abordar essa questão. Então, de alguma forma esse tema está voltando em alguns filmes porque é preciso falar disso e não esquecer”, declarou, em entrevista ao Metrópoles.

Para Conde, todo filme e livro tem a “potência” de causar uma “reflexão”. Por isso, tratar sobre a ditadura é uma forma de impedir que temas como tortura, violência e censura ocupem o debate público. “A gente não necessariamente precisa assimilar uma história, a gente pode, de alguma forma, contestar essa história”, completou.

Aurélio Michiles, diretor da cinebiografia de Honestino Guimarães, acredita que é importante revisitar o tema.

“A história é oposição. Nunca é situação. Ela sempre vai questionar, é uma teologia que busca o sedimento da nossa vida, da nossa existência. E ela sempre vem revelar o que tentam esconder e o que tentam sonegar. Todos esses jovens [desaparecidos da ditadura] se dedicaram à luta da democracia. Eles foram presos, torturados, mortos e continuam desaparecidos”, analisa o diretor.

Ponto de vista do ator

Quem vive o Zé na produção é o ator Caio Horowicz, de 28 anos. Mesmo sem ter vivido no período, ele relatou, ao Metrópoles, que se transportou para a época ao ter acesso a cartas escritas pelo estudante aos seus familiares, além do livro de Samarone Lima e outras pesquisas.

Para o jovem, o cinema e a arte tem responsabilidade de transformar o mundo , seja tocando as pessoas, as fazendo rir, entre outras situações. No caso da produção que protagonizou, Horowicz explica que ela serve como um documento histórico, já que a história do Zé não é muito conhecida, mas também para relembrar que é importante votar direito.

“É importante votar em pessoas que prezam pela liberdade, defesa do meio ambiente, defesa dos povos originários, pela defesa de qualquer tipo de pessoa e que não tem na violência, falta de amor o seu palanque eleitoral e, principalmente, nas heranças do que a ditadura militar deixou para a gente”, completou.

Ainda estou aqui
Ainda Estou Aqui

Ainda Estou Aqui

Participando do circuito de eventos internacionais e possível aposta do Brasil no Oscar, o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, ganhou o cenário da ditadura militar e mostra um país em crise ,no ano de 1971, e sob o controle cada vez maior do regime de governo. O mote é o desparecimento do político Rubens Paiva. Protagonizado por Fernanda Torres e Selton Mello, o longa estreou no Festival Internacional de Veneza, na Itália, e foi ovacionado pela plateia, com direito a 10 minutos de aplausos.

Em entrevista à Folha de S. Paulo, o cineasta explicou sua motivação para revisitar a história. “É o que pode nos ajudar a não repetir os erros do passado”, declarou. Para ele, a chegada de Bolsonaro ao poder deixou “claro o quanto nossa memória dos anos de ditadura militar era frágil”.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comEntretenimento

Você quer ficar por dentro das notícias de entretenimento mais importantes e receber notificações em tempo real?