Diretora de Viúva Negra sobre pandemia no Brasil: “Horrível”
Ao Metrópoles, Cate Shortland lamenta a situação da Covid-19 no país e explica os caminhos do novo filme da Marvel
atualizado
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A australiana Cate Shortland tinha uma missão difícil: contar a história de uma personagem que já tinha morrido em um dos maiores eventos cinematográficos dos últimos anos. Sim, ela é a diretora de Viúva Negra, o filme sobre Natasha Romanoff (Scarlett Johansson), que estreia no Brasil em 8 de julho, depois de uma sequência de adiamentos.
Com diversas mudanças de data de estreia, fruto da pandemia de Covid-19, Viúva Negra seria uma espécie de despedida tardia de Natasha, personagem que morre em Vingadores: Ultimato (bom, se até hoje isso pode ser considerado um spoiler, desculpas). Ao mesmo tempo, marcará o retorno da Disney/Marvel aos cinemas após um grande hiato, iniciado em 2019. Porém, o longa, de certa forma, também é o início da trajetória de Yelena, vivida por Florence Pugh, nas narrativas do MCU.
“Yelena é uma bonita nêmesis [característica usada para descrever pessoas que buscam vingança] de certa maneira. Ela é pura emoção, sentimentos, tudo que Natasha tenta esconder. É uma personagem que oferece à Viúva Negra a vergonha de tudo que viveram juntas e mostra que o perdão é o melhor remédio”, avalia Cate Shortland, em entrevista ao Metrópoles. “Sobre o futuro dela no MCU, não tenho a menor ideia. Mas reafirmo que a Florence Pugh é uma grande atriz”, completa.
Viúva Negra marca a estreia da diretora no universo dos super-heróis, certamente o filão mais rentável do atual mercado cinematográfico, com receitas nas casas dos bilhões de dólares. “Minha visão, quando aceitei esse desafio, era levar o público em uma aventura massiva. Pelas reações que tenho observado, acho que a audiência gostou”, opina Cate. A cineasta, que confessa ser pouco familiarizada com o mundo dos quadrinhos, avalia que os poderosos estão em alta pela autenticidade.
“Por mais estranho que pareça, a autenticidade é o que torna esse gênero um sucesso. É um mundo espetacular, no qual os personagens nos dão mais que arquétipos. A Natasha, por exemplo, tem suas ambiguidades e fragilidades. Quis explorar isso, para que se entendesse o motivo que a levou a se sacrificar”, explica a cineasta.
Longe dos cinemas
Após vários adiamentos, Viúva Negra estreará nos cinemas e no modelo Premier Access, que disponibiliza o filme no Disney+, cobrando R$ 69,90 a mais dos assinantes. Ao comentar o tema, a diretora se solidarizou com a situação do Brasil, que segue com diversas restrições durante a pandemia.
“Vemos o que acontece no Brasil todos os dias na televisão e, realmente, sentimos muito. É horrível tudo que se passa com vocês. Eu acredito que se Viúva Negra trazer alegria e luz para as pessoas, não me importa onde vão ver. Isso me faz chorar”, desabafa.
“Fizemos o filme para as telas grandes, mas ninguém imaginava que isso [a pandemia] ia acontecer. Se as pessoas podem ter uma noite com seus amigos e família desfrutando a história dessa família de sobreviventes, será fantástico. Brasil, sentimos por vocês”, conclui Cate Shortland.