Diretora de filme do DF selecionado para Gramado: “É uma vitória coletiva”
Por Que Você Não Chora?, da brasiliense Cibele Amaral, discute a saúde mental de mulheres. Elenco tem Bárbara Paz
atualizado
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O filme Por Que Você Não Chora?, da cineasta brasiliense Cibele Amaral, será o representante do Distrito Federal no 48º Festival de Cinema de Gramado, que, por conta da pandemia de Covid-19, será exibido on-line de 18 a 26 de setembro.
Em entrevista ao Metrópoles, a cineasta brasiliense, que é a primeira mulher da capital a concorrer com um filme de ficção no festival, celebrou a indicação.
“A gente tem que comemorar essas conquistas, senão morremos, deixamos de existir. Além disso, é uma vitória coletiva, são mais de 200 pessoas envolvidas no filme”, lembrou Cibele Amaral.
Ambientado no DF, com locações na Universidade de Brasília (UnB), Parque da Cidade, Riacho Fundo e outros locais da cidade, Por Que Você Não Chora? é protganizado por Bárbara Paz e Carolina Monte Rosa. Em Gramado, a produção vai competir na categoria Longas Brasileiros.
O filme aborda um tema que cresceu, coincidentemente, durante a pandemia: a sáude mental de mulheres. Cibele Amaral, que também é psicóloga, discute a questão por meio de uma personagem borderline e sua relação com uma estudante de psicologia.
“O filme é sobre a questão da saúde mental ligada à mulher, abordamos também o tema do suicídio”, revela Cibele Amaral. “Nesta pandemia, o suicídio cresceu, o feminicídio aumentou. Precisamos falar sobre isso. Essas questões estão explodindo”, completa.
Crise cultural
Em um contexto de crises sanitárias, políticas e econômicas, profissionais da área de cultura têm se visto em constantes embates contra os governos locais e federal – como mostrou a disputa entre o secretário de Cultura, Mario Frias, e o humorista Marcelo Adnet.
Com verbas públicas de fomento minguando, Cibele Amaral acredita que a presença no festival é uma forma de mostrar que a arte brasiliense segue mais viva do que nunca.
“Estar em Gramado é muito importante. Faz com que o Brasil todo fale de uma filme de Brasília, nos dá auto-estima para seguir na luta, mostra que estamos vivo, atuantes”, opina a realizadora.
Lançamento
Em meio às incertezas da pandemia de Covid-19, Cibele Amaral ainda não sabe quando o filme entrará em circuito. Com boa parte das salas de cinema fechadas no Brasil, ela, a Ancine e a distribuidora pensam em estratégias de divulgação.
“Há a possibilidade de ser lançado em streaming, mas depende de alguns ajustes e autorizações. Os filmes precisam de plateia, seja no cinema ou no streaming”, conclui.