Diretor de Uma Pitada de Sorte chora com papel baseado em pai cineasta
Pedro Antônio é filho de Paulo Thiago, que morreu em 2021 e serviu de inspiração para personagem de Jandira Martini, mãe de Fabiana Karla
atualizado
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Uma Pitada de Sorte, filme que chega aos cinemas em 15 de setembro, tem uma personagem inspirada no pai de seu diretor, Pedro Antônio. O cineasta Paulo Thiago, que morreu em junho de 2021, assinou importantes longas brasileiros como Policarpo Quaresma, herói do Brasil (1997) e Sagarana, o Duelo (1974), indicado ao Urso do Festival de Cinema de Berlim, na Alemanha.
Durante a coletiva virtual de lançamento de Uma Pitada Sorte, Pedro Antônio se emocionou ao falar do pai e revelou que ele serviu de inspiração para a personagem Gina, mãe da protagonista, Pérola (Fabiana Karla), interpretada por Jandira Martini.
“Eu vou me emocionar, é impossível não se emocionar. As pessoas não sabem, mas meu pai foi Paulo Thiago, que… é fod* falar disso”, desabafou Pedro Antônio, tentando controlar as lágrimas.
Em seguida, o cineasta retomou a fala: “Meu é um exemplo de brasileiro. Ele ama o Brasil, é apaixonado pelo Brasil, pelas coisas do Brasil. Viveu um Brasil muito difícil, da ditadura. Meu pai é pós-Cinema Novo. A personagem da Jandira é o meu pai. Na verdade, é a pessoa que me dava Machado de Assis para ler, botava as cores nacionais, gostava do Brasil, acreditava no Brasil”.
Ao rever o longa-metragem, o diretor viu mais semelhanças entre Gina e Paulo Thiago. “É muito bom ver esse filme com esse olhar. É uma super homenagem ao meu pai. Meu pai realmente me formou em todos os sentidos. Brinco que as crianças de 11 anos ficavam vendo televisão e eu estava vendo Orson Welles. Era obrigatório, tinha que escrever redação depois!”, relembrou.
Paulo Thiago chegou a visitar o set de filmagem de Uma Pitada de Sorte, rodado entre 2017 e 2018. “Ele viu esse filme pronto. Ele adorava esse filme, falava: ‘Esse filme é muito bom!’. Quando a origem da tua criação, da tua criatividade, é de alguma coisa genuinamente verdadeira, é natural que fique bom, porque sai de um lugar muito profundo. Você não inventa”, contou Pedro Antônio.
