De graça sai caro: a pieguice impera em “O Outro Lado do Paraíso”
Filme apresentado no terceiro dia da Mostra Brasília narra a saga de uma família que trocou Minas Gerais pela nova capital. Apesar da boa recepção do público, drama traz pouco de interessante
atualizado
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Em sessão lotada, o terceiro dia da Mostra Brasília teve como destaque o longa “O Outro Lado do Paraíso”. Dirigido por André Ristum (“Meu País”), o filme foi rodado no Polo de Sobradinho. A trama narra a saga de uma família que saiu de Minas Gerais em busca de uma vida melhor na nova capital, ainda em construção. Antes da exibição, foram mostrados os curtas “Ninguém Nasce no Paraíso”, de Alan Schvarberg, e “Asfalto”, de Márcio de Andrade.
Baseada no livro de de fundo autobiográfico assinado por Luiz Fernando Emediato, a produção ilustra o fracasso dessa utopia tendo como pano de fundo os tensos capítulos que antecederam o golpe militar de 1964. Eduardo Moscovis e Simone Iliescu, que não estiveram presentes à sessão, protagonizam o filme.
“É uma história muito delicada”, confessou Emediato no palco, durante a cerimônia de apresentação do filme. “Quem trabalha com cinema sabe que autores odeiam os filmes que são feitos sobre suas obras. E o fato é o seguinte: espero que gostem como eu gostei”, contou o escritor.
Melodrama sem vida
Apesar da acolhida calorosa da plateia, “O Outro Lado do Paraíso” pouco traz de interessante. Com atuações ligadas no automático e um roteiro brega, apoiado em repetitiva narração em off, o filme ainda patina no que deveria ter de mais chamativo: a direção de arte rudimentar, baseada numa cidade cenográfica pouco crível e em já gastas imagens de arquivo.
