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Daniel Rezende vai dirigir filme da Turma da Mônica com atores mirins

Filme baseado nos personagens de Maurício de Sousa deve chegar aos cinemas em 2017

atualizado

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1 de 1 turma-da-monica - Foto: Reprodução

O cineasta Daniel Rezende tem um desafio pela frente: transformar Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali em personagens de carne e osso. Ele é o diretor de “Laços”, adaptação que vai levar o universo de Maurício de Sousa para o cinema, pela primeira vez com atores reais nos papéis.

“É difícil, porque a Turma da Mônica está na infância de muitas pessoas. Transformá-la em realidade é mexer com o imaginário de várias gerações”, diz Rezende. A ideia é selecionar crianças entre 7 e 11 anos, mas o processo ainda não começou porque, antes, é necessário terminar de escrever o roteiro.

Na história, lançada pelo selo Graphic MSP em 2013, Mônica e sua turma se perdem durante a noite quando saem à procura do cachorro de Cebolinha, o Floquinho. Ele, aliás, será o primeiro “ator” selecionado. “Como é um cachorro muito específico, com pelo que não pode ser cortado, nosso plano é treinar vários filhotes até a hora de gravar”, explica o diretor.

Os planos deixam o criador da turma curioso. “Mas, se tem alguém que pode dar conta do recado, é o Daniel. Até mesmo como desafio próprio, porque esse filme é diferente de tudo que ele já fez”, justifica Maurício de Sousa.

Rezende, que está prestes a lançar “O Rei das Manhãs”, história do intérprete do palhaço Bozo, foi indicado ao Oscar por seu trabalho como editor no filme “Cidade de Deus”, de Fernando Meirelles, em 2002. Walter Salles, José Padilha e Terrence Malick também estão no currículo do paulistano.

Filmes como “Os Goonies” e “Conta Comigo” são referências no clima de “Laços”, mas Rezende acredita que a essência do longa está nos personagens da Turma da Mônica. “Temos muita liberdade, mas vamos achar nosso filme dentro da graphic novel e do universo do Maurício”, diz. “E, mesmo sendo uma adaptação de uma releitura dos gibis, a pergunta que me guia sempre é: ‘Como seria a turma se ela existisse de verdade?’.”

Com mais de 50 anos de história, esse universo já virou filme tanto para o cinema quanto para a TV, mas nunca com crianças nos papéis dos protagonistas. Maurício diz que só aceitou fazer o projeto porque acredita na história que Laços conta.

“Quando eu li essa história, percebi que era um roteiro perfeito para o cinema. É engraçado, tocante, envolvente: tem tudo que um filme precisa para mexer com públicos de todas as idades”, explica.

O filme foi anunciado pelo cartunista em 2015, sem diretor. Rezende e ele só se conheceram este ano, quando as produtoras do filme, Quintal Digital e Latina Estúdio, gostaram da visão do diretor para o longa. A partir daí, Maurício entregou o projeto nas mãos de Rezende e dos roteiristas Thiago Dottori e Luiz Bolognesi, mas está confiante com o resultado.

“Talvez não saia da maneira que as pessoas esperem, mas será incrível e surpreendente, ainda mais com a genialidade do pessoal envolvido”, diz. Vitor Cafaggi, que criou a história com sua irmã, também está animado: “Quero ver o cabelo do Cebolinha, as sujeirinhas nas bochechas do Cascão, a Mônica carregando o Sansão e a barriga da Magali roncando de fome”.

“Laços” está em processo de captação de recursos e deve chegar aos cinemas em 2017.

Mais adaptações
Maurício de Sousa não descarta outros filmes baseados em histórias do selo Graphic MSP, que recria personagens clássicos dos gibis. “Todas as histórias do selo permitem a transposição para filme, tanto em desenho animado quanto com atores reais. É uma preocupação minha desde o início: fazer roteiros que se permitam ser utilizados de outras formas”, diz o cartunista.

Em setembro, a produtora Bossa Nova Group anunciou que vai adaptar a Turma da Mônica Jovem, filme que será lançado nos cinemas em 2018. Já planejado como parte de uma trilogia, o primeiro longa deve introduzir um novo personagem à turma, porém, por contrato, Maurício não pode dar mais detalhes da história. Mas avisa que será uma mistura dos vários estilos que formam a revista, recorde de vendas no Brasil. “Não quero que seja um filme de duas horas com um gênero só, quero algo mais variado. Mas até lá, nada de contar spoilers.”

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