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Crítica: Zack Snyder entrega ópera pop com zumbis em Army of The Dead

O diretor imprime no novo lançamento da Netflix suas assinaturas visuais: filme tem bons momentos, mas se perde em roteiro extenso

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ARMY OF THE DEAD
1 de 1 ARMY OF THE DEAD - Foto: CLAY ENOS/NETFLIX

Em entrevista coletiva, Zack Snyder deixou claro que Army of The Dead: Invasão em Las Vegas, seu novo blockbuster lançado na Netflix, é sobre relacionamento. Nenhuma grande novidade, afinal, filmes sobre zumbis falam, concretamente, sobre as relações humanas em meio aos mortos-vivos. Se o longa de 158 minutos mantivesse o roteiro focado nisso, talvez (seria menor e) agradaria mais. Porém, seguindo sua linha, o diretor tenta abraçar um monte de subplots, alguns bem resolvidos, outros nem tanto.

Zack Snyder tem seus grandes momentos – inclusive, um deles é sua estreia nos cinemas, Madrugada dos Mortos (2004), um clássico filme de zumbis. Ao voltar ao tema, Snyder traz aquilo que se tornou sua assinatura, uma tentativa de tornar tudo épico, uma espécie de ópera pop.

Se em 300 e em O Homem de Aço (okay, fiquem livre para me julgar) as câmeras lentas e os movimentos coreografados funcionam, em Army of The Dead: Invasão Las Vegas, o efeito só deixa o filme longo e cansativo. Mas, não se engane, tem diversas histórias interessantes, mas nenhuma consegue evoluir.

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Zack Snyder, Deborah Snyder e Wesley Cooler
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Vamos à sinopse: o filme fala de um grupo de mercenários, liderados por Scott Ward (o sempre carismático Dave Bautista), contratados para recuperar uma fortuna escondida em um cassino de Las Vegas. A cidade, após um acidente com uma carga secreta, virou o templo dos zumbis. Sem conseguir resolver a questão, o governo vai exterminar o local com uma bomba atômica: então, o grupo precisa correr contra o tempo.

Temos aí a primeira trama: um heist movie clássico. A equipe precisa entrar e sair, em um tempo curto, além de metralhar alguns zumbis. Legal. Mas não é o foco principal do roteiro.

Por que, também, há campos de concentração ao redor da cidade de Los Angeles, onde são mantidas pessoas suspeitas de terem contraído o vírus. Um uso político da situação, mas que também não vai para frente.

Bom, aí chega a questão dos relacionamentos. Scott em sua missão tenta se reaproximar da filha Kate (Ella Purnell) e de uma antiga amiga Maria Cruz (Ana de la Reguera). Essa aqui talvez seja a trama melhor desenvolvida e que entrega os bons momentos da produção.

Porém, o maior desperdício do longa está em seu lado mais criativo. Snyder imagina um novo modelo de zumbis, que não são somente bestas errantes caminhando desorientadament. Porém, funcionam como uma espécie de evolução da raça, apresentando uma certa “humanidade”, capazes de amar, procriar, sentir raiva e se organizarem como uma exército. Até mesmo capazes de criar artefatos.

Essa espécie aparece e é explicada em um diálogo de poucos segundos. Por que evoluíram? Como eles conseguem ser assim e os outros não se todos vieram do mesmo vírus? Qual a pretensão deles? Nada disso importa, aparentemente.

Com esses vários caminhos, Army of The Dead entrega boa diversão quando foca em um (o mais batido, é verdade). As sequências de ação ao som de música pop são divertidos, os elementos gore compõem bem a trama. Mas, ao fim dos 158 minutos (sim, quero enfatizar isso), parece só mais um filme de zumbi, com toques da estética de Zack Snyder.

Avaliação: Regular

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