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Crítica: “Warcraft” pesa a mão no humanismo e se esquece de divertir

Adaptação da famosa série de videogames narra as origens das intermináveis guerras entre orcs e humanos

atualizado

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Universal/Divulgação
Warcraft
1 de 1 Warcraft - Foto: Universal/Divulgação

Gênero dos mais livres no cinema, a fantasia tem sido resumida a homens com espadas, criaturas antagônicas e magos com poderes óbvios nos últimos tempos. Basta notar as semelhanças entre as franquias “O Hobbit” e a série “Game of Thrones”, passando por outros tantos produtos idênticos. Adaptação do videogame de mesmo nome, o filme “Warcraft” chega com a ambição de traduzir a mitologia dos jogos para a telona.

Mais um jovem e promissor cineasta independente alçado à categoria de diretor de blockbuster, o inglês Duncan Jones, filho de David Bowie, explora uma escala até então inédita em sua curta carreira. O autor fez seu nome no circuito alternativo com duas ficções científicas minimalistas, “Lunar”(2008) e “Contra o Tempo” (2011).

Em “Warcraft”, Jones lida com uma imensa quantidade de efeitos digitais para narrar o embate entre duas raças, homens e orcs. Para os leigos no joguinho, o game trava batalhas entre diversas civilizações pelo controle de Azeroth, uma lugar não muito diferente da Westeros de “Game of Thrones” ou da Terra Média de “O Senhor dos Anéis”.

Magia, espada e falta de carisma
Enquanto o visual é tão deslumbrante quanto o de qualquer animação recente, o roteiro patina por personagens desinteressantes e situações esquemáticas. Desde o começo, “Warcraft” tenta ser um filme imparcial, sem inclinar a “torcida” por humanos ou orcs. A quantidade de gente é proporcional ao vigor das batalhas, em que se misturam feitiços e golpes de espada e marreta.

A proposta de equalizar as forças e os dramas de cada raça encontra reforço nas trajetórias de Lothar (Travis Fimmel), um guerreiro humano, e Durotan (Toby Kebbell), líder de um clã orc. Quando um mago constrói um portal a partir da energia vital dos prisioneiros dos orcs, desenha-se uma guerra até então inédita entre as duas civilizações.

O excesso de sincronia também pode aborrecer quem não conhece o game. Além das semelhanças entre Lothar e Durotan, em ambos os lados há feiticeiros de intenções malignas e seres mágicos (lobos dos orcs, pássaros gigantes dos humanos). O ingênuo ponto de encontro é Garona (Paula Patton), ser metade orc, metade humana.

“Warcraft” não chega a ser o desastre homérico apontado pela maioria dos críticos. Mas, em seus vacilos mais desconcertantes, lembra outros filmes ansiosos em erguer uma mitologia complexa e fascinante com meros artifícios visuais, como fez “John Carter – Entre Dois Mundos” (2011).

Avaliação: Regular

Veja horários e salas de “Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos”.

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