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Crítica: “Viva: A Vida É uma Festa” celebra memória como elo familiar

Nova animação da Pixar acompanha as descobertas de Miguel, garotinho mexicano que sonha em se tornar um grande músico

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viva a vida é uma festa
1 de 1 viva a vida é uma festa - Foto: Disney/Pixar/Divulgação

“Viva: A Vida É uma Festa” evidencia que a Pixar ainda tem capacidade de realizar quando o assunto é tratar a animação como elo emocional entre adultos e crianças. Após uma trinca de longas pouco instigantes – “O Bom Dinossauro” (2015), “Procurando Dory” (2016) e “Carros 3” (2017) –, o estúdio revive seus melhores momentos por meio de um filme sobre o poder de contar boas histórias.

Vimos uma personagem sofrendo as dores de amadurecer em “Divertida Mente” (2015) e um futuro assustador da humanidade em “Wall-E” (2008). Desta vez, porém, a carga é mais pesada: falar sobre a morte sem tatear o pessimismo ou se entregar à infantilização do tema, atalho preferencial tomado pela maioria das animações.

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Miguel visita o mundo dos mortos em busca de respostas sobre o passado da família
Miguel e Hector: amizade forjada no Dia dos Mortos
Miguel e a bisavó Mamá em Viva - A Vida é uma Festa
Pôster de "Viva: A Vida É uma Festa"
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Miguel, o músico sonhador: protagonista de "Viva"

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Miguel visita o mundo dos mortos em busca de respostas sobre o passado da família

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Miguel e Hector: amizade forjada no Dia dos Mortos

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Miguel e a bisavó Mamá em Viva - A Vida é uma Festa

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A família Rivera convive mal com o passado. Miguel, mais jovem herdeiro de uma tradição que envolve produção e comércio de sapatos, nutre paixão escondida pela música. Seu ídolo é Ernesto de la Cruz, um popular mariachi que morreu tragicamente, mas deixou obra imortal.

Com uma paleta de cores vibrante, “Viva” mostra um intenso debate entre o garotinho e seus parentes. A música é assunto proibido na família desde que o tataravô do menino renegou laços de sangue para se tornar famoso, acumular riquezas e registrar seu nome na história.

“Viva” marca um reencontro da Pixar com suas raízes – as animações japonesas do estúdio Ghibli, como “Nausicaä do Vale do Vento” (1984) e “A Viagem de Chihiro” (2002) – quando a narrativa mergulha nas possibilidades da fantasia.

A memória é o que une gerações
No Dia dos Mortos, as famílias exibem na estante fotos de entes queridos que já se foram. Os vivos não veem a mágica acontecer, mas acreditam que, nesta data, os mortos cruzam o plano espiritual que separa os dois lados para receber presentes e homenagens.

O esperto Miguel, acompanhado pelo vira-lata Dante, consegue acessar o mundo dos mortos e, lá, busca respostas sobre o passado da família e um novo sentido para perseguir o sonho de se tornar músico. Outro companheiro de jornada é Hector, mais um renegado que, mesmo já tendo partido desta para a melhor, também tem muito a descobrir sobre si mesmo.

Impressiona como a animação consegue incorporar fantasia à narrativa sem didatismos. A morte faz parte da vida tanto quanto os sapatos da família Rivera. Transitar entre esse mundo e o além é uma mera questão de perspectiva.

Há uma crueza poética aqui que evoca o fim da infância aludido em “Toy Story 3” (2010). Não por acaso, “Viva” é do mesmo cineasta, Lee Unkrich, dividindo a direção e o roteiro com o estreante Adrian Molina.

Miguel tem o privilégio de circular entre a vida e a morte e entender que a memória é o único elo possível entre esses dois momentos. No caso das sempre complicadas e mutantes relações de família, as lembranças podem suavizar rancores, desestabilizar tradições e inspirar sonhos. Basta estar disposto a ouvir e contar histórias.

Avaliação: Ótimo

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