Crítica: Vidas à Deriva retrata tragédia real com dose certa de drama
Produção traz Shailene Woodley (A Culpa é das Estrelas) na pele de Tami Oldham, sobrevivente da maior tempestade do Oceano Pacífico
atualizado
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Em Vidas à Deriva, o diretor Baltasar Kormákur ganha pela honestidade. É comum algumas produções baseadas em fatos reais – como O Impossível (2012) – pecarem pela dramaticidade exagerada. Como se a tragédia pessoal narrada não fosse suficientemente triste para comover a plateia. Mas a obra de Kormákur, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira (9/8), apresenta a dose certa de romance e emoção, sem truques baratos para sensibilizar os espectadores.
Ainda assim, Vidas à Deriva não deixa de ter os principais ingredientes de um clássico de autoajuda: superação do “impossível” e final edificante. Inspirado no livro homônimo de Tami Oldham Ashcraft (à época apenas Oldham), a trama narra os desafios ultrapassados pela autora durante os mais de 40 dias em que passou perdida no meio do oceano Pacífico.
Tami Oldham (Shailene Woodley) e o noivo Richard Sharp (Sam Clafin) saíram a bordo de um veleiro, do Taiti, na Polinésia Francesa, para uma viagem até San Diego, nos Estados Unidos. No trajeto, são surpreendidos pela mudança de rota de furacões mais catastróficos já registrados. Com o fim da tempestade, Tami encontra o barco destruído e Richard gravemente ferido. Sem esperança de resgate, ela precisa ter força e determinação para salvar a si mesma e ao namorado.
Acostumado a dar vida a biografias inspiradoras, Kormákur brinca com o gênero desde Sobrevivente (2014). Se no antecessor a questão do naufrágio foi tratada desde o primeiro momento, em Vidas à Deriva a primeira metade do longa é dedicada ao amor onírico do casal com algumas entediantes cenas em flashback. Mesmo após a tragédia, a relação afetiva dos protagonistas ganha mais evidência que a luta da Tami por sobrevivência, o que pode incomodar os menos emotivos.
Assim como a “volta por cima” de sua personagem, a atriz Shailene Woodley sai da malfadada performance na série Divergente (2014) para um reencontro com a aclamada atriz reconhecida em Hollywood por meio de Os Descendentes (2011). O desempenho repleto de energia eleva os quadros criados pelo cineasta.
Avaliação: Bom